Capítulo 3 - Primeiro passo (parte 1)

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Christopher ficou calado por alguns segundos, gostaria de ter mordido a língua em duas situações. Ok, ele não ia ser hipócrita de falar que não gostaria de fazer aquela linda garota chegar ao orgasmo, mas precisava manter a pose.

– Tenho certeza. – Murmurou pigarreando e sorvendo um gole de vinho.

Maite revirou os olhos, o conhecia tão bem ao ponto de saber que ele estava tentando disfarçar qualquer interesse, mas não tirava os olhos da tela de seu celular. Nunca Christopher negaria fogo, era só tipo.

– Veremos. – Maite.

[...]

Dulce suspirou olhando-se no espelho, o vestido nude e encorpado às suas curvas combinavam perfeitamente com o blazer preto que apesar de acinturado, era um palmo maior que o vestido curto. Nos pés não poderia deixar de calçar seu tão estimado Louboutin, seu melhor amigo, apesar de não ser tão estimado depois de longas horas no seu pé. Ele talvez fizesse mais carinho ao seu ego do que aos seus ossos, mas isso era um mero detalhe. Chanel 5 em seu pescoço era parte de um ritual que havia aprendido com Marylin Monroe "apenas duas gotinhas de Chanel nº 5" e a maquiagem marcante em seus belos e expressivos olhos davam o toque perfeito em sua produção. Bem, assim deveria ser.

Apesar de ser uma mulher linda, elegante, com um corpo invejável pelas constantes idas à academia e sua alimentação restrita e balanceada, Dulce não conseguia se enxergar como uma mulher sexy e bonita. Não que apenas esse estereótipo padrão a deveria se sentir assim, mas ela tinha autoestima baixíssima e mesmo as sessões – que ela cancelou – de terapia não a convenciam do contrário. Ela era elogiada, mas aquela pessoa que dividia a cama com ela não parecia se importar muito com esse estímulo que ela precisava constantemente e ele tinha consciência disso. Ele a achava linda, mas pouco se importava com o elogio que ela tanto esperava. Mesmo que a sua – cancelada – terapeuta constantemente lhe dizia que ela devia se aceitar como uma mulher bonita, não seria outra pessoa que poderia lhe dar essa segurança. Ela dependia da aprovação das outras pessoas e talvez só em outra vida ela pensaria diferente.

– Vamos?

Pablo parou alguns instantes e a mediu de cima a baixo. Gostava de tê-la ao seu lado. Ele não era idiota, ela era linda e fazia bem para o seu ego desfilar com ela pelas ruas. Dulce talvez não fosse seu troféu, por compartilhar uma vida com ele e não ser uma "tapada burra" como às vezes ele julgava as mulheres que ele pegava pelos bastidores da moda, mas de alguma forma era isso que ela representava.

– Vamos. – Dulce murmurou sem muita vontade.

– Está bonita, só poderia melhorar um pouco essa cara. Sorria, Dulce, seu sorriso é tão bonito para você não o escancarar ao mundo.

Bem, apesar de ser às avessas, de alguma forma aquilo soava como um elogio. Um bruto elogio, longe de ser lapidado, mas já era uma grande coisa partindo de Pablo.

Dulce sorriu timidamente e o seguiu para fora do closet.

Ao se encaminharem para a garagem, Tyson balançava animadamente o rabo para sua dona e fazia questão de pular em cima de Pablo para irritá-lo. Era impressionante o quanto os dois tinham uma péssima relação e o cachorro deixava de lado sua doçura quando a única coisa que fazia era rosnar para ele.

– Tyson, para! – Dulce exclamou tocando em uma das orelhas de Tyson. Só ela conseguia controla-lo.

– Você devia mandar adestrar esse cachorro, nunca vi um labrador que ataca as pessoas. – Pablo murmurou irritado, enquanto arrumava seu blazer.

– Ele não ataca as pessoas, ele ataca você. Ele é um bebê e precisa de carinho, você só grita com ele. – Dulce murmurou coçando a cabeça de seu cachorro.

Cinco passos para conquistá-la [Vondy]Onde histórias criam vida. Descubra agora