Christopher sorriu ao avistar seus primos, Alexander e Victoria, sentados perto do balcão de madeira. Já eram quase duas horas da madrugada do dia primeiro de janeiro e depois da ceia de Réveillon lá estavam eles naquele típico bar sueco que beirava o rio Lulealven, região ao norte da Suécia e fronteiriça à Noruega. O bar que era o mais antigo da redondeza, sempre ficava aberto nessas datas comemorativas.
– Finalmente apareceu. – Victoria brincou, com seu espanhol carregado de sotaque. Os primos de Christopher costumavam treinar o idioma com ele.
– Não foi fácil se livrar da mormor? – Alexander perguntou rindo.
– Até foi fácil sair de lá, o mais difícil foi me livrar de um pedaço de carne. – Christopher murmurou desfazendo o nó do cachecol e sentando-se ao lado deles.
– E deu certo? – A prima perguntou rindo.
– Óbvio que não. Depois de não sei quantos anos, eu tive que comer carne porque segundo ela... – Christopher lamentou. – "você está desonrando a memória dos seus ancestrais vikings". – Concluiu imitando-a.
– Consigo imaginá-la falando isso. – Victoria riu e em seguida tocou o ombro do primo com a mão direita. – E como o seu estômago reagiu? Não vomitou? – Ironizou rindo.
– Eu devia vomitar na sua cara... – Christopher debochou. – Mas eu cuspi no guardanapo e estou me sentindo a pessoa mais culpada de todo o mundo. Que isso fique só entre a gente. – Riu e em seguida bagunçou as madeixas loiras da prima.
– O negócio é jogar álcool por cima... e já que estamos aqui para honrar a memória de nossos ancestrais vikings, eu proponho um brinde com a bebida deles. – Alexander propôs rindo e em seguida pediu algo para o proprietário do bar, que cuidava do balcão principal.
– Viking bebia o que? – Victoria perguntou.
– Perguntando isso você desonrou a memória deles. – Christopher brincou. – Eu que me alfabetizei no México, sei.
– Quem se importa com eles? – A prima debochou e ajeitou os cabelos em um coque despenteado.
– Blasfêmia, Vic, blasfêmia... – Alexander falou entregando na mão de cada um, uma grande caneca. – E respondendo a sua dúvida, é hidromel.
– Hidromel não é da mitologia nórdica?
– E a Suécia é de onde? – Christopher perguntou indignado.
– Escandinávia. – Respondeu aproximando a caneca do nariz para sentir o aroma do hidromel, como de costume.
– Hoje tem suas divisões, mas naquela época era tudo a mesma coisa. Compartilhávamos isso e, enfim... vamos brindar, porque aparentemente a Vic teve problemas no colégio nas disciplinas de história e geografia. – Alexander brincou.
– É provável mesmo. – Victoria riu e levantou um pouco sua caneca. – Mas que se dane o colégio, o importante é que estamos aqui para enaltecer nossos ancestrais e para deixar a mormor feliz. Skål!
– Skål! – Alexander e Christopher exclamaram ao mesmo tempo e em seguida bateram suas canecas.
Pela tradição e no melhor estilo "bronco" dos vikings, eles deviam virar a bebida de uma só vez, mas Victoria largou na metade e começou a reclamar.
– Odeio hidromel, que bebida mais doce. – Falou com cara de nojo.
– Quanto exagero. – Christopher falou revirando os olhos e colocando a caneca vazia em cima do balcão.
– Nesse caso, querido primo, eu prefiro a mitologia mexicana que nos presenteou com a tequila.
– Mitologia asteca. – Christopher a corrigiu rindo. – Mas isso não quer dizer que a tequila surgiu deles.
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Cinco passos para conquistá-la [Vondy]
RomanceSegundo Steve Jobs... melhor dizendo, segundo Maite Perroni sempre devemos racionalizar e organizar as nossas ideias em cinco passos. Ideias ou vingança, aí fica a seu critério. Só não se esqueça que você pode entrar em uma zona de perigo, se apaix...