Capítulo 49 - Antologia

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"Volte e diga adeus, pelo menos. Vamos fingir que nos despedimos [...] deixe-me guardar esta lembrança. Só esta." Brilho eterno de uma mente sem lembranças.

Não era bem feitiço o nome do que Dulce exercia sobre Christopher, era apenas o ato de ser ela mesma, o que contava com uma boa dose de complexidade e fraquezas. Era muito mais interessante, mas também era um processo muito mais doloroso e que implicava em muita paciência. E esse não era o forte dele, por mais que parecesse.

– Eu queria que você fosse um pouco mais previsível. – Ele sussurrou quando ela virou para olhá-lo.

Ela mordeu os lábios e quando focou em seus olhos, foi perceptível o quanto suas pupilas estavam dilatadas. Bem, talvez fosse mito que pupilas dilatam quando há interesse ou atração em algo, mas naquele momento parecia uma boa desculpa para ele aperta-la ainda mais em seus braços.

– Eu me acho tão pre...

– Você é zero previsível. – Interrompeu-a ansioso, tocando-a no queixo. – Quando eu acho que você vai sumir para sempre, você me liga no meio da noite e me presenteia com uma arritmia que até então eu nem sabia que tinha. – Acabaram sorrindo juntos.

– Me desculpa, eu cheguei aqui do nada... chorando e... – Sussurrou fechando os olhos. – Se você quiser, eu vou embora.

– De todas as coisas que eu quero com você, a última é que você saia por aquela porta. – Falou aproximando-se ainda mais, a ponto de ela sentir a respiração dele em sua bochecha.

Ela rodeou o pescoço dele com seus pequenos braços, enterrando o rosto no lado direito de sua clavícula e foi nesse instante que ele puxou o elástico que prendia as madeixas bagunçadas, liberando-as como em uma cascata nas costas despidas pelo decote do body.

– Eu acho que sou muito instável para você. – Sussurrou, apoiando as mãos na calça do pijama que ele vestia. Aquele movimento era um tanto perigoso e rapidamente o arrepiou nas costas.

– E por que você acha que eu sou estável? – Perguntou empurrando-a com as pernas no sentido da cama.

– Chris... – Ela sussurrou quando sentiu a pequena mordida que ele lhe deu no pescoço.

– Eu preciso te confessar uma coisa, para que você possa entender que eu também me desequilibro às vezes... – Falou deitando-a na cama novamente, ajoelhando-se em seguida e tentando de alguma forma tirar a parte de cima da roupa dela. – Mas primeiro você vai ter que me ajudar com a sua roupa porque eu me enrolei, exemplificando para você um pouco do meu desequilíbrio. – Falou rindo e ela acabou se apoiando nos cotovelos.

– É melhor tirar a calça primeiro. – Ela falou sorrindo, levando as mãos até o botão de sua calça e sem muita cerimônia a puxou pelas pernas.

Conforme ele se movimentou de joelhos na cama, a calça dele caiu um pouco e boa parte da cueca ficou à mostra. Era uma visão um tanto interessante para Dulce.

– Você não terminou de... – Sussurrou quando sentiu que ele novamente baixava a manga de seu body por seus ombros.

– Eu sei, eu vou te falar. – Afirmou beijando-a no pescoço. – Eu nunca tive medo do futuro, sempre fui destemido para muitas coisas, mas... – Suspirou próximo à orelha dela e voltou a olha-la nos olhos. – Mas depois que eu te conheci, tudo que se remete à manhã do dia seguinte me apavora. – Confessou, tocando-a na bochecha.

– Por que?

– Porque é geralmente quando você foge de mim. – Acabou dando um sorriso tímido. – E isso é tão... como eu posso dizer? Um castigo divino, talvez? Pode ser que sim, porque eu já fugi muito nas manhãs dos dias seguintes.

Cinco passos para conquistá-la [Vondy]Onde histórias criam vida. Descubra agora