Não havia nada mais frustrante que o silêncio dela. Ele mal sabia que o silêncio era a batalha interna que ela enfrentava, entre a razão e os sentimentos que estavam prestes a sufoca-la, entre seus transtornos adquiridos com os anos de abusos psicológicos. Queria como nunca ser a surtada inconsequente que não pensa em nada e simplesmente age, mas ela era essa problemática que conseguia colocar empecilho em tudo, até mesmo em sua felicidade.
Mas estava exausta.
– Eu entendi o seu recado. – Christopher murmurou se afastando um pouco. – Foi um belo jantar, pelo menos.
Ia dar as costas, mas ela o segurou pelo braço e o fez olhar em seus olhos.
– Chris... – Sussurrou voltando a se aproximar. – Eu quero você.
– Mas? – Ele perguntou na defensiva.
– Não tem mas, eu simplesmente quero. – Confessou piscando repetidamente.
Ele a fitou por alguns segundos, tombando um pouco o pescoço e não deixando de esboçar um lindo sorriso nos lábios, aquele sorriso que sempre a deixava sem rumo.
– Dul...
Ele ia falar, mas foi interrompido pela porta abrindo um pouco pela força do vento. Não a tinha trancado, mas isso não importava agora.
– Você tem certeza disso? – Perguntou voltando a prestar atenção nela e apertando-a com força pela cintura, fazendo-a se retrair um pouco.
– Se eu não tivesse, eu não teria vindo. – Respondeu com ansiedade.
– Você sabe que... – Falou tocando-a no rosto. – Que se eu te pegar nos meus braços, eu não vou te largar nunca mais?
Ela sentiu o coração disparar e ofegou ao senti-lo aspirar o cheiro de seu pescoço.
– Seu cheiro é viciante, me enlouquece. – Sussurrou abraçando-a. – Você inteira me enlouquece... eu pareço um adolescente inexperiente perto de você. Olha o que você provoca em mim. – Falou pegando a mão esquerda dela e levando-a até seu coração, que assim como o dela parecia estar prestes a escapar do peito.
A respiração irregular dela o convidou a mais uma vez beijá-la.
– Você diz que é insegura, mas não faz ideia do quanto eu sou inseguro em relação a você. – Confessou segurando o lábio inferior dela entre os dentes. – E eu sei que já vou entrar derrotado nessa batalha, mas eu vou até o fim porque desde que eu te conheci eu descobri que sou masoquista. – Fechou os olhos ao senti-la percorrer os dedos por seus cabelos e roçar levemente o nariz no dele.
Ele adorava isso. Ela não sabia disso.
O maior medo dele era ficar à sombra de Pablo, porque querendo ou não ele ainda era o maior empecilho entre eles. Era como um fantasma que rondava mesmo quando ela estava nos braços dele, mesmo – sem ele saber – quando ela já conseguia entender que estava mais do que dependente dessa que nem era uma relação. Não era nada, mas na verdade era tudo.
– Sabe o que é ainda mais insano? – Ele continuou falando e empurrando-a com o corpo para perto da porta, como ela não conseguia conter o choque do corpo dele contra o dela ia andando de costas praticamente escorada nele. – Eu fiquei arriado antes mesmo de transar com você e isso é inimaginável na minha vida... eu não sei nem como te tratar. – Confessou encostando-a na porta e fechando-a de uma vez, enquanto lhe mordia o lóbulo da orelha direita.
O gemido que ela deu foi o suficiente para excitá-lo. Ela continuava com os dedos entre os cabelos dele, mas uma das mãos desceu por baixo da camiseta e dedilhou sem pudores o abdômen trincado.
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Cinco passos para conquistá-la [Vondy]
RomanceSegundo Steve Jobs... melhor dizendo, segundo Maite Perroni sempre devemos racionalizar e organizar as nossas ideias em cinco passos. Ideias ou vingança, aí fica a seu critério. Só não se esqueça que você pode entrar em uma zona de perigo, se apaix...