Capítulo 42 - Romance proibido

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"Por mais amável que seja o seu gênio, seu coração não é dos mais fáceis de atingir." Orgulho e Preconceito – Jane A.

A Dulce adolescente sempre acreditou que com o tempo aquela sensação de "vou ter um ataque cardíaco" ao se deparar com alguém importante ou com alguma notícia impactante seria amenizada, mas ninguém a avisou que algumas coisas se intensificavam ainda mais na fase adulta. E estamos falando de Dulce, aquela soma de altos e baixos e muitas inseguranças.

Nem ao menos lembrava o que havia a levado até ali. Era a casa da Samantha? Nem conhecia aquele bichano se enroscando em suas pernas mesmo.

– Oi? – Christopher perguntou levantando-se.

A cada passada de perna, 10 bpm a menos na frequência cardíaca dela. Não seria naquela encarnação que ela aprenderia a lidar com seus próprios problemas sem parecer uma surtada dramática.

– Oi. – Sussurrou olhando-o, em busca de qualquer detalhe que desviasse dos olhos dele, o que era praticamente impossível.

– Ela está lá dentro. – Ele se adiantou, parando ao lado dela. – Bebeu demais e eu a trouxe.

Ela apenas assentiu e fechou os olhos quando ele a beijou na bochecha.

– Está tudo bem? – Perguntou vendo a tensão no rosto dela.

– Está. – Ficaria, algum dia?

– Ok.

Sentiu o cabelo se mover quando ele passou por ela e girou a maçaneta para abrir a porta, mordendo a própria língua numa tentativa de conter o grito que queria dar. Pareciam duas crianças, essa era a verdade.

– Espera.

Mas Dulce também era feita de impulsos, de vez em quando.

Engoliu em seco quando ele manteve a expressão séria no rosto, sabia que não estava com toda a moral do mundo e nem tinha muito o que dizer, mas... bem, tinha algo entalado que ela sentia necessidade em expor, mas os dois segundos de lucidez já a faziam recuar.

– Eu... Chris, eu...

– Eu não gosto de fazer uma falsa simetria entre a sua amizade com a Samantha e nós dois, bem... – Ele a interrompeu e ela pôde ver o quanto ele se continha para não explodir, a veia no pescoço demonstrava isso. – Mas eu acho bem curioso que você não tinha tempo, saúde, sei lá qual mentira para ir lá em casa, mas foi muito rápida ao vir para cá.

– Eu não menti. – Dulce sussurrou na defensiva.

– Você fugiu, realmente é diferente. – Ele ironizou abrindo um dos botões de sua camisa, um pouco incomodado com aquela roupa que ele sempre julgara ser muito confortável.

Obviamente não era isso que realmente lhe incomodava.

– As coisas não estão sendo muito fáceis com a minha mãe.

– Eu sei... quer dizer, a Samantha me contou porque eu não consigo falar com você desde o dia que eu te deixei aqui embaixo. Um mês ou mais? – Falou. – Parece uma eternidade, não? – Completou com ironia.

– Eu não pude.

– Dulce, vamos ser sinceros um com o outro, pelo menos agora... eu estou sendo ridículo de te exigir qualquer coisa e nem é essa a minha intenção, nunca fui tão patético em toda a minha vida como estou sendo agora, mas eu não estava te mandando mensagem para te obrigar a assinar um divórcio que eu claramente vejo que você não quer assinar... – Resmungou passando a mão direita em uma das têmporas. – Eu só queria saber se estava tudo bem com você, se eu não tinha te machucado de alguma forma, te assustado. Você desperta uns extremos em mim que me apavora às vezes, não sei como agir.

Cinco passos para conquistá-la [Vondy]Onde histórias criam vida. Descubra agora