Capítulo 75 - Pelo tempo que durar

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"Isso que estamos fazendo aqui, eu e você, só quero que saiba que estou dentro. Estou totalmente dentro." Gilmore Girls.

Do lado de fora do pequeno restaurante que se localizava no centro principal da cidade, bem próximo da pequena igreja que badalava o sino e ecoava para todos os cantos, Christopher ficou parado estrategicamente e vendo pela transparência do vidro o jeito que ela se comunicava com o jovem do outro lado do balcão. A roupa que ela vestia deixava parte das costas e dos ombros de fora e foi inevitável sorrir pela gesticulação de mãos.

Ela estava bem, a expressão corporal tinha melhorado muito, a postura ereta lhe respondia esse questionamento. Não que fosse bom ela viajar sozinha depois de tudo que havia acontecido nos últimos tempos, mas também não achava que devia impedi-la. Ele não tinha esse direito, na verdade ninguém tinha, só estava extremamente curioso com o destino.

Não era tão longe como ele havia lhe aconselhado antes de sair pelo elevador rumo à Amazônia, mas apesar de ali ser um lugar pessoalmente significativo, era no meio do nada. Ok, ele só tinha explorado as centenas de constelações pelos seus equipamentos e os lençóis junto com ela, um ou outro restaurante e nada mais. Será que aquele lugar teria oferecido tudo o que ela precisava para recomeçar?

Mal ele sabia que não importava muito o destino, somente a vontade que por tantos anos lhe foi negligenciada... basicamente, não era sobre o lugar e sim a forma como ela o enxergava. E ela costumava ter uma visão encantadora sobre as coisas, apesar de tudo.

Tomou um susto quando foi surpreendido por um latido alto, como se lhe cobrando atenção. Tyson, claro, preso pela coleira na parte externa do restaurante e por mais fofo que achasse, gostaria de ter mais uns minutos de discrição para observá-la em silêncio. Não seria fácil, pois o labrador era mais escandaloso que o comum e foi impossível não sentir o coração acelerar quando ela virou de supetão. Não demorou nem dois segundos para abrir o sorriso que era tão marcante e característico dela, o que por vezes o fez perder a cabeça e o rumo da própria vida. Só lhe restava rir do pensamento dramático e ir suprir a leve carência dos últimos dias por causa dela, já não era novidade que ele estava fodido em relação a isso.

E nem se deu conta quando ela passou pela porta de vidro e o abraçou pelo pescoço, também do jeito característico dela. Abraço apertado, mas delicado. E o perfume... bem, esse era só mais um dos itens do combo de tentação que ela possuía.

– Você veio.

Óbvio que ele iria, não precisaria pedir duas vezes. Meio pedido só já bastava para reforçar o que já foi mencionado anteriormente ou em quase todo esse relato desde o princípio, ele estava fodido.

E quando se afastou um pouco, depois de levantá-la levemente do chão durante o abraço, acabou olhando assustado para o jovem parado na porta do restaurante.

– Está pronto, Dul.

Ela apenas assentiu com a cabeça, vendo-o erguer uma taça para o alto. Deveria sentir ciúmes? Não, mas ele era teimoso demais para não sentir vontade de socar alguém que ele nem sabia quem era, somente por se atrever a chamá-la de Dul. Ego masculino tem dessas, nem mesmo Christopher estava livre disso.

– Vem! – Exclamou puxando-o pela mão direita, tentando evitar que Tyson arrebentasse a própria coleira com as tentativas de pulos que dava.

Claro que Christopher teve que dedicar alguns minutos de cafuné, antes que o labrador arrancasse a alvenaria da divisa com a força de seus puxões.

– Obrigada. – Dulce agradeceu quando o jovem garçom colocou na mesa o drink que havia pedido, logo após os dois sentarem-se um pouco mais afastados do balcão do bar. – Quer? – Ofereceu a ele, que mantinha um sorriso enviesado nos lábios e o olhar levemente curioso.

Cinco passos para conquistá-la [Vondy]Onde histórias criam vida. Descubra agora