"Deve ser difícil perder a pessoa que você ama. Numa fração de segundos a pessoa vai embora. E não há nada que você possa fazer para mudar isso e trazê-la de volta." Anny with an E.
Maite deu um pulo da cama quando escutou a campainha tocar, era quase seis e meia da manhã e como estaria ausente fisicamente do trabalho por causa do velório de Blanca, não iria acordar tão cedo. Fora que não tinha dormido muito bem durante a noite por causa de Dulce e Samantha, ambas estavam incomunicáveis e a sensação ruim vinda do luto já pairava sobre ela.
Saiu cambaleando pelo corredor, nem se dando conta de que Anahi já estava praticamente abrindo a porta e o choque das duas foi imediato quando viram Christopher passar pela entrada arrastando suas duas malas.
– Bom dia. Eu não tive paciência para procurar a chave na minha mochila, me desculpem. – Murmurou indo em direção do corredor.
Anahi fechou a porta e Maite não conseguiu segurar o choro nem por um segundo mais. Todos ali estavam no limite há tempos, mas de tudo o que passaram, aquele sem dúvidas era o momento mais triste.
– Chris... – Sussurrou passando as mãos nos olhos e sentindo Anahi lhe abraçar de lado.
– No mesmo instante em que você encerrou a ligação, começou o embarque do meu voo para o Atacama e eu não devo ter pensado nem por dois minutos, porque eu não tinha esse tempo... nem se eu tivesse duas ou vinte horas iam fazer alguma diferença na minha decisão, eu iria voltar de qualquer forma. – Falou angustiado. – Eu comuniquei a equipe de fotógrafos e nem sei como vão reagir, na verdade nem me importa, eu só sei que quando me dei conta eu estava no único assento que tinha restado para a Cidade do México, o pior que eu já viajei em toda a minha vida... – Falou coçando a têmpora esquerda e suspirando. – Eu também nem sei quanto foi, com certeza estava de acordo com o limite do meu cartão de crédito, senão nem estaria aqui.
Ele estava chateado e por mais que não demonstrasse em lágrimas, como Anahi e Maite naquele momento, era visível o seu semblante de tristeza.
– Ela precisa de você aqui. – Anahi sussurrou chorosa.
– Ela não quer olhar na minha cara e eu já nem tenho esperanças de ter algo com ela, mas não importa... pode acontecer o que for, ela nunca vai ser uma estranha para mim e eu nunca a deixaria numa hora como essa, mesmo que eu tenha que estar no mesmo local que o Pablo.
– Ele não i-importa. – Maite soluçou indo ao encontro dele. – Eu te falei coisas horríveis esse mês que passou e eu preciso te pedir desculpas. Você é a melhor pessoa desse mundo e nós temos muita sorte em te ter como irmão. – Sussurrou abraçando-o.
– Eu também te devo desculpas e eu amo vocês. – Ele sussurrou acolhendo-a nos braços e sentindo Anahi os abraçando.
– Bebê, você dormiu? – Anahi perguntou tocando com carinho em seu rosto.
O viu negar com a cabeça e se afastar do abraço em seguida.
– Nada, não consegui pregar os olhos por míseros segundos. Eu só pensei nela a noite toda. – Resmungou voltando a segurar na alça das malas. – Vou tentar cochilar, qual é o horário do velório?
– Meio-dia.
– Vou cochilar até umas dez, porque aí eu tomo um banho e comemos algo antes de irmos.
– Eu te acordo. – Anahi falou e ele assentiu com a cabeça, em seguida caminhou para o seu quarto.
Dulce sentiu vontade de sair correndo quando botou os pés na entrada do cemitério, o barulho de seu salto ecoava ao friccionar o paralelepípedo do caminho até a parte dos velórios. Era silencioso demais, obviamente, mas a atmosfera mórbida e triste que emanava daquele lugar derrubava ainda mais a sua energia.
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Cinco passos para conquistá-la [Vondy]
RomanceSegundo Steve Jobs... melhor dizendo, segundo Maite Perroni sempre devemos racionalizar e organizar as nossas ideias em cinco passos. Ideias ou vingança, aí fica a seu critério. Só não se esqueça que você pode entrar em uma zona de perigo, se apaix...