Capítulo 55 - Paradoxo da normalidade

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"Tu dulzura corrió por mis venas, creí en tu intención. No pensé que fuese um engaño ni una mentira, tu amor." Ha*Ash.

[*] Só para lembrar, tem a playlist (link no comentário) com as músicas que uso como referência.

Dulce suspirou olhando Maite nos olhos e ao ver que os dela já estavam repletos de lágrimas, foi meio difícil impedir que os seus não ficassem iguais. Tentou segurar aquele choro que já havia lhe acometido o dia todo e desviou o olhar para Anahi, que apesar de estar apreensiva, sempre fora a mais equilibrada dali.

Três personalidades completamente distintas, com graus de envolvimento bem diferentes em relação a Pablo, mas dentre todas as coisas elas eram amigas. Com suas adversidades e complexidades que aquele tipo de relacionamento costumava ter e que, muito além de uma crise de ciúme ou uma suposta "rivalidade", vivia o primeiro embate: a decepção.

E provavelmente a quebra de confiança.

– Por q-que vocês não me conta... – Dulce tentou balbuciar algumas palavras, mas estava se sentindo tão mal que a garganta travou antes mesmo de terminar aquela pergunta.

Talvez fosse o olhar dele compenetrado nela, que ela conseguia ver pela visão periférica e que obviamente não tinha coragem de confrontar. Ele e Samantha eram casos particulares nessa confusão e que certamente, seriam bem mais complicados de serem resolvidos.

– A culpa é toda m-minha. – Maite adiantou-se, com voz chorosa. – Se você q-quiser culpar alguém nessa sala, você tem que culpar a mim.

Dulce sabia que Maite não estava falando sobre Pablo, não diretamente, aquilo era uma defesa declarada para Christopher.

– Não, a culpa é minha. – Christopher murmurou no canto do sofá.

Dulce até tentou olhar para ele, mas não conseguiu.

– V-você sempre foi contra isso, eu não vou deixar você assumir o meu erro. – Maite voltou a falar. – Dul, a c-culpa é minha. Eu que errei em relação a tudo isso, d-desconta em mim. – No final da frase ela começou a chorar.

Aquelas mudanças de humor já eram características da personalidade de Maite, mas naquele momento ela tinha dentro de si os resquícios do que havia passado com Pablo. Sentia-se completamente fraca, derrotada e demoraria para superar tudo aquilo.

Dulce permanecia da mesma forma, olhando entre ela e Anahi, confusa e sem conseguir pronunciar qualquer palavra.

– Mas eu devia ter interferido desde o começo, eu fui um imbecil de não ter cortado o mal pela raiz.

– V-você interferiu... – Maite voltou a defende-lo. – E a-acabo...

– CHEGA!

Foi automático os três olharem para Anahi, principalmente Dulce que mantinha o olhar apreensivo.

– Se tem alguém que tem culpa nessa história, mais do que qualquer um dessa sala, esse alguém é o Pablo. – Anahi falou, tentando controlar a respiração.

Não iria chorar durante aquele acerto de contas, provavelmente seria o único ponto de equilíbrio... bem, tentaria ser.

– O Pablo enganou a Mai e eu ao mesmo tempo, sem a gente saber... assim como ele te engana há anos, acho que já está claro para você. – Continuou falando e olhando diretamente nos olhos marejados de Dulce. – Tanto o relacionamento que eu tive com ele, quanto o da Mai foram muito breves, mas com intensidades diferentes. Com a Maite as coisas foram muito mais intensas, perigosas e eu não vou deixa-la assumir algo que é culpa do imbecil do seu marido.

Cinco passos para conquistá-la [Vondy]Onde histórias criam vida. Descubra agora