Capítulo 30 - Contradições

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– Se você admite que seu casamento não tem mais salvação e que está apaixonada por outro, então por que vo...

– Sam... – Dulce a interrompeu. – Pode ser coisa de momento, eu não sei... e ainda é meu casamento. Por mais que a minha razão diga que não há mais solução, ainda assim eu não consigo me desprender. Eu preciso de um tempo, porque eu tenho muito a perder. – Concluiu com angústia.

– Você não tem nada a perder, pelo contrá...

– Você prometeu que não ia me julgar. – A interrompeu uma vez mais.

– É, eu vivo prometendo coisas que não cumpro. – Samantha murmurou respirando fundo. – Dul, você tem que reagir.

– Eu sei. – Dulce sussurrou fechando os olhos por breves segundos.

– Essa conversa não acabou por aqui, tem muita coisa que eu quero te falar.

– Tudo bem, mas depois... – Murmurou olhando para a bandeja ao lado da cama. – Eu acho que a fome bateu. – Dando um sorriso singelo.

– Eu vou esquentar novamente, já deve estar fria. – Samantha afirmou levantando-se. – Depois vou na farmácia comprar seus remédios e aproveito para buscar o gremlin.

– Obrigada, Sam. – Dulce sussurrou sorrindo, enquanto Samantha a beijava na bochecha.

Viu a amiga pegar a bandeja e sair do quarto, enquanto ela agarrou o edredom e se cobriu.

Pela noite, Maite entrou no apartamento e sorriu ao ver Anahi comendo no sofá. Apesar de estar distraída, sorriu de volta ao sentir a amiga lhe beijando a testa.

– Oi!

– Oi, bebê. – Anahi falou sorrindo. – Quer jantar?

– Daqui a pouco. – Maite falou tirando o casaco e deixando-o no braço do sofá junto com sua bolsa. – Cadê a flor sueca?

– Está no quarto lutando contra o jet lag. – Anahi respondeu rindo.

– Ele ainda quer me matar? – Perguntou rindo.

– Eu no lugar dele teria matado já, mas tenta a sorte. – Respondeu e riu ainda mais quando a viu revirar os olhos.

– Vou lá amansar a fera.

Maite colocou apenas a cabeça para dentro do quarto e sorriu ao vê-lo encostado na cabeceira da cama e dedilhando o celular sem muito entusiasmo, ele bocejou e fechou a cara ao vê-la tirar o sapato e se sentar na cama.

– Bebê emburrado. – Maite brincou apertando as bochechas dele.

– O que você quer, Maite? – Perguntou sem paciência.

– Perturbar a única pessoa que ainda tem paciência comigo. – Brincou tocando no braço dele. – Vim te pedir desculpas.

– Minha mãe sempre fala que tudo ficou mais fácil depois que inventaram a "desculpa", é só fazer uma merda que tudo é esquecido em segundos... – Resmungou emburrado. – Quer dizer, quem faz a merda que esquece.

– Nem precisa fazer tanto drama, foi só um pequeno desequilíbrio. – Maite defendeu-se, colocando as pernas para cima da cama.

– Eu queria saber se fosse ao contrário... – Murmurou. – Se bem que eu deveria mesmo ter arrebentado a cara do Pablo. – A cutucou.

Maite endireitou a coluna na cabeceira da cama um pouco incomodada.

– A culpa é minha, eu nunca imponho limites para as pessoas que eu amo. – Continuou resmungando. – É patético que eu, um homem com mais de trinta anos e com um metro e oitenta de altura, seja comandado por duas mulheres que não passam de um metro e sessenta.

Cinco passos para conquistá-la [Vondy]Onde histórias criam vida. Descubra agora