Capítulo 23 - Feliz Natal

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Dulce ajeitou a boina preta em frente ao espelho no canto de sua sala, estava bem próxima da grande árvore de Natal que todo ano sempre fez questão de montar. Sorriu vendo toda a decoração disposta em todos os cantos daquele ambiente, se orgulhava muito de receber os seus familiares e os de Pablo em datas comemorativas e mais um de seus cuidados extremos era ser uma ótima anfitriã.

Pegou a chave do carro na mesa próxima ao espelho e direcionou-se a algumas sacolas de presente que apesar de estarem na árvore, estavam distanciadas dos principais presentes.

Sorriu quando sentiu duas pequenas mãozinhas abraçando as suas pernas, já sabendo quem seria, pois, sua família estava espalhada pelo restante da casa.

– Titia Dudu, titia... cadê o Ty-ty?

Dulce virou-se e abaixou-se para ficar na altura de sua sobrinha caçula, Alessia, tocando com carinho as bochechas rosadas da garotinha.

– Bebê, já o procurou perto da piscina?

– Já e ele não estava lá. Acho que ele está brincando de esconde-esconde comigo e ele ganhou porque não vi nem a sombra de uma patinha fofinha. – Alessia reclamou um pouco emburrada.

– A titia precisa sair rapidinho, quando eu voltar te ajudo a procura-lo. – Dulce afirmou sorrindo, levantando-se e pegando nas mãos as sacolas separadas.

– Onde você vai, titia? Vai procurar o Papai Noel? – Alessia perguntou empolgada, juntando as mãozinhas e dando dois pequenos pulinhos.

– Não vou procurá-lo, mas eu sei que mais tarde ele vai aparecer. – Falou piscando e indo pegar sua pequena bolsa que estava jogada em cima do sofá.

Acompanhou com o olhar a sobrinha, que andava junto com ela e antes que pudesse questionar...

– Vai sair?

Olhou para as escadas e Pablo descia com a postura imponente de sempre, muito bem vestido com um suéter verde musgo e uma calça jeans de lavagem escura. Mesmo que fosse uma vestimenta básica, caía perfeitamente no corpo do rapaz. Dulce sempre o achou lindo, mas parecia que aquela imagem dele estava mais "padrão" do que de costume, pelo menos era isso o que ela enxergava no momento.

– Vou, preciso levar uns presen...

– Agora? Sua família já está aí. – Pablo interrompeu-a, aproximando-se e bagunçando os cabelos de Alessia que voltou a ficar emburrada.

– Vai ser rápido.

O viu dar de ombros e caminhar rumo ao corredor que levava para os outros ambientes da casa, mas parou antes de adentrar no espaço e virou-se com o sorriso sarcástico que era marca registrada de sua personalidade.

– Diga à Maite que eu desejo um Feliz Natal. – Afirmou com um leve tom de deboche, mas imperceptível aos olhos de Dulce.

– Eu não... – E antes que pudesse explicar-se, Pablo a deixou para trás.

Balançou a cabeça e sentiu Alessia puxar seu casaquinho bordado com paetês e sorriu ao vê-la ajeitar os cabelos com uma mão e com a outra dedilhava as lantejoulas uma a uma.

– Titia Dudu, me leva? – Pediu manhosa.

– Vai ser rápido, bebê, daqui a pouco eu já volto.

– Mas titia, eu quero ir... me leva? – Pediu novamente, insistindo na manha e fazendo o seu já conhecido bico de choro.

Apesar de seu tamanho, Alessia era esperta o suficiente para convencer a tia de qualquer coisa. Dulce sempre fora apaixonada pelas sobrinhas, desde que passou a saber da existência delas e não precisava muito para que ela fizesse qualquer coisa por elas e as mimasse mais do que sua irmã, Claudia, permitisse.

Cinco passos para conquistá-la [Vondy]Onde histórias criam vida. Descubra agora