Capítulo 76 - Um "latin lover"

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"So baby, don't say no, come on and just say yes. You know it's time to keep it simple... let's take a chance and hope for the best. Life is short, so make it what you wanna... make it good, don't wait until mañana. I think I'm cool cause your name's on this heart shaped tattoo, now the best thing about me is you." Rick Martin feat. Joss S.

Promessa de Christopher von Uckermann, hoje: dali em diante, em todas as manhãs que acordasse depois dela, faria o exercício matinal de observá-la de costas, em silêncio... sem que ela soubesse. Dessa vez contava com a discrição de Tyson, que estava no décimo quinto sono deitado no tapete da sala e não era um dos mais dispostos naquele horário, a energia do labrador – como todo bom cão preguiçoso – só se expandia depois do almoço.

Mas enfim, poderia passar horas vendo-a quase debruçada no balcão de mármore e, quiçá, em alguns momentos na ponta dos pés tentando pegar qualquer coisa que estivesse muito acima da altura que alcançava com os braços esticados para o alto. Ok, eram quase todas se analisarmos a sua estatura, mas esse era só mais um charme dela, que ele tinha uma adoração pessoal. E trajando apenas o robe de cetim preto, curto o suficiente para que ele soubesse que era só aquilo que mantinha o seu corpo coberto. Despropositadamente era uma pequena faísca que o fazia explodir nas horas mais impróprias do dia, naquele exato momento, por exemplo. Um tanto conservador pensar que para aquele tipo de coisa tinha hora. Lugar? Talvez, dependendo do código penal, mas não havia impedimento ali entre eles, nada além de um robe de cetim e uma calça de pijama colocada de qualquer jeito depois de uma noite mal dormida, mas muito bem vivida.

É sobre perspectiva, não? Não dormir pode lhe tirar uns bons anos de vida, mas amar recupera isso significativamente. Não quantitativamente falando, mas qualificativamente falando. De qualquer forma, o ideal é dormir o suficiente – tarja preta, se precisar – para poder desfrutar de todo esse amor por bons longos anos.

E teve que segurá-la nos braços, quando ela se assustou com a aproximação da respiração em seu pescoço. Deu um grito e riu em seguida, quando o motivo de seu pré-infarto foi certeiro em mordê-la na orelha. Ela teria que se acostumar.

– Sou eu, princesa. – A voz rouca naturalmente já era sensual, mas pela manhã ganhava potência máxima, ainda mais que ele era bem provocativo ao baixar um pouco o tecido que cobria o seu ombro e beijá-la no ponto em que todos os pelos de seu corpo se arrepiavam. – Bom dia.

– Bom dia. – Foi impossível não sorrir com a cara de sono que ele tinha, era bem ao estilo "bebê", que ele odiava ter como estereótipo. Em seguida, virou um pouco seu corpo para que pudesse lhe beijar os lábios. – Volte a dormir, ainda é cedo para uma criança pequena estar fora da cama. – Ela sorriu ainda mais com o jeito que ele passava a mão nos olhos.

– Por isso eu vim te buscar, pequena.

Há de se perdoar tanto tratamento carinhoso – quiçá meloso – depois de tanta turbulência. Nada mais justo para duas pessoas extremamente carentes... e melosas.

– Eu perdi o sono.

– Eu não falei que era para dormirmos.

Equilibrar açúcar com pimenta sempre foi uma das melhores contribuições de Christopher para a gastronomia mexicana, a dose certa de um "latin lover" de respeito como ele.

Não que Dulce desse para trás nesse assunto, ela até poderia ter sido trouxa em diversas situações durante todo o percurso que acompanhamos de perto, mas no momento ela sabia usar e abusar do bônus de um começo de relacionamento com ele.

– Eu fiz panquecas para você co...

Ele foi mais rápido ao calá-la com os próprios lábios, daquela maldita maneira que tinha lhe enlouquecido desde o primeiro dia. Seja no tapete da casa dele, no meio da brincadeirinha idiota de "verdade ou desafio", quando ela foi estúpida demais ao interromper um amasso no carro, também dele, ou naquela casa onde estava agora, quando ele a pegou de uma forma que a única vontade que sentiu – além de sair correndo pela rua – foi de tirar qualquer peça de roupa que o impedisse de lhe foder – isso pode ser de forma literal ou figurativa, vai muito do seu jeito de enxergar as coisas – para sempre a vida. Só para reforçar: é sobre perspectiva, não? Nem sempre foder vai ser o lado ruim da história.

Cinco passos para conquistá-la [Vondy]Onde histórias criam vida. Descubra agora