FIRE

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Faziam mais de um ano que Cheryl não viajava, ela havia se privado disso depois de perder a única luz de esperança que tinha em sua vida. Cheryl Marjorie ainda continuava uma mulher bem sucedida, sua riqueza ampliou a mais ou menos 22% e sua vida girava em torno de seu trabalho. Ela não sabia mais da menina de pele bronzeada e sorriso impactante que conhecera a um tempo atrás, e isso a virava de cabeça para baixo. Na noite que encontrou a carta de Toni, ela a procurou, como louca. Tudo o que estava ao alcance da mulher, ela fez. Mas nada. Ela procurou a menina em sua escola, mas a mesma havia parado de frequentar. Ela fez de tudo para se afastar de Marjorie, e ela se culpava todos os dias por isso. Sem sucesso. Depois de três meses ela se deu por vencida, e por mais que o buraco dentro de seu peito ainda existisse, ela não faria nada para retirá-lo. Aprendera a viver com ele.

Chegou na empresa cedo, mais ou menos às oito da manhã. Se preparando para entrevistar algumas meninas que ocupariam a vaga de secretária. Ela estava precisando de uma.

Entrou em sua sala e ajeitou o batom vermelho que cobria os lábios pálidos, e sorriu ao seu reflexo. Não importava o jeito, Cheryl sempre estava bonita. Ela virou e encarou a fila de garotas entre seus dezessete e dezoito anos, estavam todas viradas de costas e sentadas nas cadeiras de espera. Cheryl respirou fundo, ao perceber uma cascata de cabelo castanho escuro que lembravam o de Toni. As vezes era difícil para a mulher deter os pensamentos que invadiam sua cabeça. E logo algo estranho aconteceu, o cheiro da pele de Toni invadiu a mente da mulher. Ela se focou em terminar as entrevistas.

Seguiu até onde mas garotas estavam e parou em frente a todas, recebendo olhar se algumas menos de uma em si, que faltava.

Cheryl virou o rosto ao ouvir o barulho de saltos indo de encontro ao assoalho e seu coração palpitou, e seu rosto havia ficado branco. Toni sorriu leve para a mulher, e sentou-se em seu devido lugar. Cheryl voltou ao seu estado normal pois, o lado controlador da mulher tomara conta dela assim que viu a mais nova. Era bem simples: a vontade de Cheryl de dominar Toni viera de forma forte. E isso tomaria conta dela. Ela não deixaria a menina escapar denovo.

Cada garota fora entrevistada, de forma mais necessária possível. Cheryl não daria o emprego para Toni, ela tinha outro lugar reservado, na cama de Marjorie, embaixo da mulher. Quando a vez de Toni chegou, e ela se movimentou saindo da cadeira e encarou a mais velha, era quase possível ver chama queimando nos olhos da menina.

Ela passou pela porta e estava vestida com uma calça jeans e uma blusa social com dois botões de cima abertos, e salto altos preto. Aquele estilo era um pouco diferente do que Blossom já estava acostumada a ver na menina, porém ela havia gostado. Aquilo não escondia o que Toni tinha por baixo, e ela sabia exatamente o que era.

- Boa tarde.- disse Cheryl, os olhos verdes escureceram alguns tons e Toni sorriu brilhante para a mulher.

- Senti sua falta, Cherry.- as palavras atingiram a mais velha, bem onde o buraco estava. Como se uma camada de pele havia fechado o local. Ela estava feliz, porém irritada. Quem Toni pensava que era? Que poderia ir e voltar quando quisesse. Não era assim que funcionava. Cheryl dava as regras, não ela.

- Por que voltou, Antoniette?- a grosseria ficou clara na voz da mulher.

- Eu senti sua falta Cherry. Só. Não quero a droga do emprego, só queria ver você. Ver como estava. - Cheryl se aproximou um pouco de Toni que ainda estava em pé, e, quase beijando ela, passou o olho por cada pequena parte do rosto da mais nova.

- Com quem você estava esse tempo todo? Por que fugiu de mim? - Toni tentou segurar a vontade de beijar Cheryl, mas era tarde de mais. Toni estava confusa quando deixou Cheryl, se sentia estranha em muitas categorias, e quando a mulher a agredia de forma não consentida. Aquelas coisas deram medo a Toni. E agora ela havia pensando em tudo isso e, o medo talvez ainda estivesse lá. Mas ela não iria querer se sentir segura. Nunca mais.

Cheryl sorriu entre o beijo, a saudade que havia ficado da menina tornou cada parte daquele contato precioso.

- Fica, Tee-Tee. Eu amo você.

Daddy lesbian •Choni•Onde histórias criam vida. Descubra agora