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Cheryl POV

Acordei no meio da noite com Toni ao meu lado, a respiração dela estava calma e parecia haver sonhos lindos em sua cabeça dormente. Eu sorri ao ver a linda cena que era ela. Era perfeita, o corpo estava levemente encolhido e as mãos levadas ao rosto. Meu bebê, meu.

Fui até a pequena cozinha e peguei o vinho que estava na geladeira. Estava precisando de algo como aquilo, pois a preocupação ainda rondava minha cabeça.

Eu tinha uma baby girl em meu quarto, e uma ex baby girl procurando pela atual. Perdi o controle completamente. Eu não costumo ser a presa, eu sou o predador.

Dei um gole no vinho e senti meu corpo relaxar ao gosto do álcool leve em minha língua. Não demorou muito para que minhas mãos achassem o maço de Mallboro de melancia (os favoritos de Toni.) Logo eu já estava fumando, caminhei para a pequena sala e me sentei no sofá, onde eu conseguia ter a vista da Toni. Ou de onde ela deveria estar, mas na verdade seu corpo sonolento já estava caminhando para perto de mim.

Ela tinha um biquinho sob os lábios rosados, olhou para minha mão e sorriu. Eu gostava disso em Toni, ela se atraia também pela simplicidade que havia em mim. Pelo vinho e pelo cigarro. Pelas minhas madrugadas sem dormir. As vezes, quando eu a observava dormir, imaginava que se não fosse eu ali provavelmente teria alguém muito melhor. Talvez uma mulher menos monstruosa que eu? Alguém menos doentia. Mas também sentia que isso atraia ela a mim. Que eu era a parte ruim que faltava nela, assim como ela era tudo de bom que eu tinha.

Ela propôs o corpo sobre o sofá e a cabeça foi ao meu colo, enquanto ela me encarava de baixo, e eu de cima.

- Por que está acordada Cherry?- a voz estava levemente rouca, como se ainda estivesse com sono. Muito provável que ela estava.

- Só não consegui dormir.- dei de ombros, e ela pareceu convencida. Sua mão direita foi até meu cigarro e ela roubou o mesmo de mim. Olhei para ela surpresa. Ela não fumava frequentemente, apenas quando eu permitia. Eram poucas as vezes.

- Daddy? Eu posso te confessar uma coisa? - encorajei ela com o olhar, apesar de estar surpresa. Já estávamos algum tempo naquele lugar, sem fazer muita coisa. Não entendi o que ela quis dizer, mas mantive minha melhor cara encorajadora. - Halsey me mandou outra mensagem. E eu respondi.- respirei fundo para não quebrar a maldita taça em minha mão. Ela levantou de meu colo vendo minha desaprovação.

Ela já sabia o porquê disso. Sabia que Halsey poderia rastrear ela apenas com uma mensagem, com um número. Ela sabia que não deveria responder. Ela sabia. Eu deveria ter me livrado desse telefone maldito enquanto tive tempo.

- Me desculpa daddy.- ela estava chorando, os olhos começavam a ficar vermelhos e ela soluçava. Foda-se, ela não devia ter feito isso. Ela sabe exatamente o motivo de estarmos nesse lugar.

- Você enlouqueceu? Porra.- gritei, e ela se afastou. Senti meu sangue ferver, não havia bebido suficiente para perder o controle mas eu gostaria que estivesse bêbada. Para me descontrolar e acabar com ela. Punir ela suficientemente, da forma que ela merecia.

Voltei a me sentar, pensando que talvez Halsey não fosse tão esperta ao mesmo que eu fui.

Dei um gole grande no vinho, e voltei a caminhar pela sala e resolvi melhor. que ir a cozinha e pegar mais vinho seria o

Exatamente isso fora o que eu fiz, sob o olhos chorosos de Toni. Tentei não me importar com aquilo, talvez fosse por ser madrugada e eu não ter uma solução na ponta dos dedos.

Decidi virar o vinho e encher mais uma vez, voltando a sala, Toni tinha outro cigarro entre os dedos.

- Ela disse que você só está me usando.- a voz dela ecoou por toda a sala, batendo na minha cabeça e me fazendo zonza. Talvez eu não devesse beber mais nem um gole. Virei o copo mais uma vez. Tentando não me estressar com isso. O que foi muito complicado, eu sou uma mulher complicada. Eu gosto de controle, eu gosto de machucar. Eu adoro machucar.

Fui até ela, pedindo controle a qualquer divindade que existisse, porém ele não veio. Minhas mãos atacaram seus cabelos e ela me olhou assustada, eu não faria muito. Não machucaria muito. Só o suficiente.

- Não estou usando você. Pare de ser idiota.- soltei seus fios com força, e a cabeça dela tombou para trás. Sorri com aquilo, a menor das dores que eu causava me fazia sentir bem. Porém não durou muito, só o suficiente para que ela fosse até o quarto que eu designei. Aquele feito para baby girls. Era quase um quarto para punições.

Terminei meu vinho e ascendi outro cigarro. Agora um pouco nauseada, talvez pela bebida. Terminei a droga e dirigi meu corpo até o quarto, em uma tentativa que seria falha de dormir. Porém fui interrompida por batidas na porta. O que seria normal em qualquer horário do dia, menos às quatro e trinta da manhã. Fui até o pequeno raque e da gaveta peguei um revólver pequeno. Apenas para minha própria defesa, e para a da garota no quarto.

Fui até o olho mágico e olhei, porém tudo o que eu vi foi o preto. A pessoa estava tampando minha única chance de visão.

- Você sabe que sou eu. Sabia que eu vinha.- a voz aguda de Halsey ecoou por entre a porta. Respirei fundo, buscando forças para o que viria.

Eu já tinha enfrentado isso uma vez, e fazia bastante tempo. Eu não sabia exatamente o que me fez abrir a porta, mas sugeri a mim mesma que foi a bebida. Antes claro, coloquei a arma por dentro da minha calça, Fora do alcance dos olhos da mulher.

Tudo o que eu queria era que Toni não saísse daquele quarto, que ela já estivesse dormindo e que eu pudesse resolver isso apenas eu e a de cabelos azuis.

Mas claro que eu não teria isso, pois Toni já estava praticamente ao meu lado, quando eu consegui pensar nisso.

- Bem, então estamos todas aqui.- disse Halsey.

Daddy lesbian •Choni•Onde histórias criam vida. Descubra agora