Gun

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Cheryl POV

Eu já estava extremamente estressada com aquela situação, estava me frustrando. O suficiente para me fazer ignorar as duas garotas que queriam rolar pelo meu tapete e simplesmente pegar um cigarro. Halsey tinha motivos peculiares para ainda estar ali, ela era apegada a mim. Eu conheço desde seus quinze anos, e cuidei dela antes mesmo de ela conhecer qualquer tipo de amor. Ela vivia com o pai, um homem idiota e nojento que fazia questão de bater nela todos os dias. Era uma menina doce e eu me apaixonei por isso, eu também era jovem. Ela tinha ternura em seu olhar, coisa que me encantava demais. Ela achava que a atração que sentia por mim era errada, simplesmente Porquê o pai dela a fazia acreditar que a atração física que ela devia sentir era apenas por ele. Sim, ele a tocava a noite. E ela não tinha ninguém para correr, apenas eu. Eu era apenas um ano mais velha que ela, e me apaixonei pela personalidade forte e ao mesmo tempo impecável. Era uma garota incrível.

Lembro exatamente dos motivos pelos quais eu deixei minha casa ao dezoito anos, apesar de ter tudo. Eu a queria cuidar dela. Porém a garotinha que eu tinha conhecido desapareceu quando ela completou dezessete anos, se tornando uma menina imatura e ignorante, que agia por impulso do ciúmes. E a cada vez que ela jogava garrafas de whisky em minhas janelas ou então invadia uma reunião de minha empresa, eu fui a deixando cada vez mais. Até que um dia eu simplesmente decidi que ela não seria mais minha. Que não era mais saudável. E ela se foi, voltando dois anos depois. Agora eu com vinte anos, com uma nova baby girl. Halsey era cega por ciúmes, assim como ainda é. O rostinho bonito e o corpo atraente conseguem esconder a sociopata maníaca que tinha dentro dela. Porém, de sociopata para outra, eu sabia como lidar com ela. O ponto fraco que só eu conhecia. Que Toni nunca conseguiria conhecer, mas que também era o dela.

Halsey nunca deixou de ser minha em sua cabeça, e a cada olhar que eu dava a ela, cada palavra que trocava, era como uma recompensa. Ela não deixou de ser a menininha que precisa de proteção. Continua a mesma.

Toni me olhou procurando uma solução, e eu dei de ombros.

- Ela já sabe Toni. Ela sabe que eu não vou voltar para ela. Não é Halsey?- suguei a fumaça e olhei a de cabelos azuis nos olhos, ela tinha aquela pitada de doçura em algum
lugar perdida em meio a loucura. Em parte eu me sentia culpada por isso.

- Também sei que você não quer Toni machucada.- as palavras foram fundo em minha sensibilidade, porém tentei não demonstrar. Coisa que eu sabia fazer muito bem, não era assim tão difícil.

Eu tinha muito medo que algo acontecesse com Toni, tanto física quanto psicologicamente. Tinha medo de deixar ela dessa forma, exatamente como Halsey. Doente, por alguém que não a quer mais. Eu não me imagino sem Toni, pois sei a pessoa que ela é. Não é como a de cabelos azuis, a latina tem medo de me machucar. Pertence a mim de corpo e alma. E nunca me trairia, nunca me deixaria por um homem. Como eu sei disso? É simples. A forma que ela me olha, a forma com que me beija e como me toca. Eu sei que Toni nunca faria como Halsey por ela não era como a mulher.

Toni deu um passo a trás, demonstrando medo, Halsey riu entre dentes, e sempre olhando para mim. Como se tentasse provar algo como "Olhe daddy, Estou fazendo isso por voxe" oh Deus, era patética. Ela não se enxergava. Levantei e joguei o cigarro no cinzeiro, coloquei minha cara de irritada, deixando claro que não aguentaria mais aquela situação.

- Saia.- falei em meu tom dominadora, aquele ao qual dava medo de Toni. Aquele que dava medo a qualquer baby girl que respeitava sua dona. Halsey revirou os olhos.

- Cheryl, eu amo você. Tire ela do nosso caminho.- no mesmo momento em que essas palavras foram proferidas em vi a mesma garota a qual me apaixonei anos attas, presa por uma mulher irracional que a prendia por cordas e algemas. Algemas as quais eu dei a ela. Respirei fundo.

- Hals, Isso tudo já acabou. Você precisa seguir sua vida.-  Toni estava atrás de mim o suficiente para não ser machucada.

- Você sabe que não acabou, eu vejo a forma que você me olha. - suspirei fundo ao perceber que aquelas palavras atingiram Toni, ela precisava parar de ser tão sensível em momentos como esses.

Halsey levou uma de suas mãos até a parte e trás de seu corpo, e de lá puxou um revólver mínimo, quase inexistente. Seria impossível reconhecer aquilo como uma arma. A não ser que você soubesse quem havia dado. Tentei controlar porém o desespero aflorou meu corpo e eu instantaneamente levei minha mão ao corpo de Toni, tentando de alguma forma proteger aquela garotinha.

- Deixe ela Cherry.- agora Halsey já estava chorando, culposamente. Como se não aguentasse mais aquelas cordas. Eu sabia que era tudo culpa minha, apenas minha.

Olhei para trás e Toni me apontou o telefone em sua mão esquerda, atrás do corpo. Voltei minha atenção a Halsey.

Olhei fundo em seus olhos, e me aproximei do corpo magro. Ela sorriu de lado.

A pistola encostou em barriga, senti o frio do metal tóxico. Respirei fundo, não que eu me preocupasse com minha vida. Mas eu sabia que se morresse, o mesmo acontecia com Toni.

Sorri para ela, e depois mordi meus lábios, fui até sua testa e lá depositei um beijo sensível.

- Onde está minha baby girl?- as palavras cortaram minha garganta, como vidro mastigado em um sanduíche de pasta de amendoim. Eu engoli o fardo e a culpa de tudo aquilo assumindo ela naquele momento.

- Aqui daddy.- um sorriso iluminou seu rosto, e ela quase desabou em meus braços. Depositei outro beijo em sua bochecha.

Não olhei para trás, pois eu já sabia que o sistema de segurança já havia sido disparado para meus seguranças. E uma hora eles já estariam aqui. Como eu sabia? Eu tinha uma garotinha esperta no local, eu sabia que ela faria o que devia.

- Fique de joelhos, você está precisando de uma punição. - no mesmo momento corpo da mulher caiu a minha frente, e não precisei falar para que ela me oferecesse a pistola em formato de desculpas.

Isso era até patético, pensar que uma pessoa podia ser submissa a esse ponto. A mim. Mas eu já sabia que eu tinha tornado ela assim.

Levei minha mão até seus cabelos e apertei, na outra a pequena pistola, que eu levei até a parte de trás do meu corpo e coloquei junto a outra que já estava lá.

Comecei a apertar com força, com tanta força que vi as lágrimas voltarem ao corpo dela. Senti alguns fios virem aos meus dedos.

Dei um tapa no rosto da mulher com as costas de minha mão, depositando toda a minha raiva ali. Seria apenas aquele tapa.

Liam Payne apareceu dentro do apartamento nesse exato momento. Era o chefe de meus seguranças, ele olhou para a mulher que tinha o nariz sangrando e ajoelhada a minha frente e eu não precisei dizer nada.

Daddy lesbian •Choni•Onde histórias criam vida. Descubra agora