EPÍLOGO 4

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Toni andou pelos corredores da escola sentindo-se levemente eufórica. Fazia muito tempo que não voltara ali desde Halsey, e se sentia culpada por isso. Sentia que não devia ter preocupado Cheryl tanto depois do ocorrido. Mas aconteceu.

A latina se aproximou da sala de aula e de longe ela viu os cabelos negros de Verônica Lodge.

- Toni!- berrou a garota quando viu sua amiga. Verônica era a coisa mais próxima que Toni já tivera de uma irmã. E ela amava aquela garota. E a outra que se aproximava. Betty caminhava com lágrimas nos olhos. Fazia tanto tempo que não via Camila que estava sentimental.

- Pensei que nunca mais ia ver você.- disse a mais baixa. Toni sorriu, se sentia feliz em ver suas amigas. Ela as abraçou, sentindo as lágrimas de Cooper molhar sua blusa.

- Senti saudades. - foi apenas o que a latina disse. E foi o suficiente. Elas logo foram para seus lugares prontas para voltar ao ritimo escolar que Toni proporcionava a elas.

A aula de história se seguiu normalmente, porém, o celular de Toni não parava de vibrar no bolso da mochila roxa.

No horário de almoço, Cheryl não se sentia eufórica. Ao contrário, se sentia solitária e levemente entediada. Heather não estava mais lá para encher sua cabeça com planilhas e novas reuniões. E mesmo se estivesse, provavelmente não seria suficiente para ocupar a cabeça da mulher de olhos castanhos. Blossom desistiu de tentar comer a massa em seu prato e decidiu pedir um vinho. Talvez ajudasse com o tédio.

Duas taças depois e ela ainda sentia saudade do ser que estava longe o suficiente para que ela se sentisse assim. Ela bufou, levando o tinto para seus lábios e depois simplesmente derramou tudo para dentro de si. Encheu a taça de cristal mais uma vez.

Pegou o celular e lá viu sua foto com Toni. Sorriu, sentindo saudades do cheiro da mais nova.

Mandou algumas mensagens para a menina, sem saber exatamente o que estava escrevendo. O álcool já estava fazendo efeito em sua corrente sanguínea. Ela terminou a taça e a garrafa estava vazia. Ela olhou o garçom, que pareceu entender exatamente o que ela queria. Simples e objetivo e ele trouxe outra garrafa do mesmo vinho. Cheryl, dessa vez, estou a euforia. Não era própria dela. E sim do álcool.

Ela continuou a beber e sem perceber a garrafa já estava no fim, ela olhou para o prato e se xingou por não ter comido. Claro que seria mais fácil se tivesse simplesmente empurrado tudo para dentro.

"Estou bêbada." Enviou para Toni. E depois guardou o celular no bolso da calça de couro apertada. A hora era clara e ela devia voltar ao escritório. Mesmo que seja apenas para fazer hora já que estava completamente bêbada.

Seguiu andando por minutos, o que parecia para ela horas. Agradeceu mentalmente por ver o grande prédio espelhado a sua frente. Só precisava atravessar a rua. Apenas isso.

Ela olhou para o semáforo vermelho e sentiu raiva dele. Aquele dia não estava sendo legal. Precisava de sua droga, precisava de Toni. Ela xingou algo que parecia inaudível até para si própria. E colocou o primeiro pé na faixa branca, mesmo que o sinal ainda estivesse vermelho para pedestres.

Se sentiu vitoriosa por conseguir chegar a quase toda a faixa sem que nada tivesse lhe acontecido, porém, quando estava prestes a pousar seu pé sob a calçada, algo aconteceu.

Mas Cheryl não conseguia mais se mexer, tinha algo entre sua perna que doía muito. Ela tentou gemer, mas parecia ainda mais doloroso. Ela apenas ouvia vozes ao seu redor. Vozes, a voz de Heather, vozes, a voz de alguém desconhecido. Vozes, a voz de Niall. Cheryl tentou falar algo, mas sua cabeça latejava tanto que era impossível. E então outro sim, sirenes? Talvez. Ela não sabia se eram da polícia ou ambulância. Mas então ela conseguiu ouvir uma única voz a qual se importava. Mas, a voz estava chorosa? Por que Toni estava chorando? Toni? Toni por que está chorando? Baby não. Mas Cheryl não ouvia a própria voz. E então algo aconteceu, sentiu seu corpo ser levitado pelas mãos de duas, ou três pessoas. Ela pousou todo seu peso ali. Apesar de não saber quem estava segurando. Sua cabeça latejou denovo, e a colocaram agora em um lugar macio. Porém o cheiro era de dipirona azeda e alumínio. Ela sentiu que ia vomitar. Mas quando tentou jogar seu corpo para fora do lugar, não conseguiu.

- Vai ficar tudo bem.- falou Toni no ouvido da mais velha. Porém não obteve resposta alguma.

E tudo o que Cheryl conseguia sentir era um balançar horrível e ela sentia cada parte do seu corpo se esfriar. Sua cabeça agora estava tão confusa que agora só o latejo era sentido. Ele fazia barulho nos ouvidos da mulher.

Então Cheryl conseguiu mover sua mão até onde o machucado doía, aquele em sua testa. Ela pousou a mão e sentiu algo quente e grudado em seus cabelos negros. E só então ela também percebeu a dor em sua perna. Era horrível e parecia que algo estava enfiado ali. Por curiosidade ela levou sua mão. Doía, muito. Mas era melhor do que não sentir nada.

Toni, que estava sentada na ambulância percebeu a agitação de Cheryl.

- Cherry? Consegue me ouvir?- e a única resposta que obteve foi um murmúrio.

- Cherry, eu amo você. Por favor fica comigo.- mas então Cheryl não conseguia mais ouvir nada, e tudo ficou preto para seus olhos castanhos.

Fim.


Até a 2 temporada :)

Daddy lesbian •Choni•Onde histórias criam vida. Descubra agora