52. Puro e confiável

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NOTA:
Eu dormi corrigindo isso aqui ;-;
De manhã fui ao dentista e tô até agora mal, imagina só ;-;

Nesse capítulo, nós voltamos à programação normal, mas ainda começa com o fim (??? Kkkk) da história do Jack.

Eu sinceramente gosto da história dele e de respeitar o enredo dos personagens. Espero que pra vocês não tenha ficado chato.

Da metade pro fim teremos nosso Vhope, assim como no começo do capítulo que vem.
Boa leitura!

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Jackson Wang

- Japão -

Aos dezesseis anos é um pouco mais difícil dominar os desejos, os sentimentos e as sensações. Por isso, pela primeira vez fiquei real e profundamente grato por ter ganhado aquela casa de presente daquela escória que por toda a vida chamei de avô.

Assim, pude destruir ao menos uma cadeira, lançando os pedaços dela contra a parede, além de alguns objetos ao redor e gritar sem ser ouvido.

Não consegui chorar.

Foi difícil notar que nem uma lágrima sequer brotou dos meus olhos.

Então, me tornei finalmente um monstro? Anulei qualquer sentimento que me diferia de uma fera instintiva? Finalmente me esqueci de tudo o que precisava me lembrar?

Não. Estava tudo ali. Tudo na minha cabeça e no meu coração, mas eu não conseguia expressar.

Órfão.

Eu era órfão.

Que triste pensar nisso. A solidão se tornou uma realidade cruel demais pra se encarar de frente.

Essa descoberta me intoxicou. Não fui capaz de ler mais nada que pudesse me dar algum alívio, pois se meu avô estava vivo, significava que ao descobrir o mesmo que li no diário dela, minha mãe não pôde vingar meu pai. Pelo menos não o suficiente. Não como eu gostaria de fazer naquele momento.

Esse veneno me fez testar de maneira ainda mais ferrenha o autocontrole quando encontrei aquele homem pela manhã, depois de passar a noite praticamente em claro, pensando em maneiras diferentes de destruí-lo.

Lutei com ele durante um de nossos treinos exaustivos, o desarmei e por pouco não o matei com o florete.

"Autocontrole, Jia-Er", foi o pensamento que me manteve a salvo.

Não era a hora. Não sem uma estratégia boa o suficiente que pudesse me libertar. Não só a mim, como também a família que me amava.

Libertá-los, sim, ao invés de condená-los à fuga por longos anos e me sentenciar à morte.

- Ótimo. Está indo bem, Jia-er. Vi nos seus olhos que seria capaz de me matar. - Estranhamente, ele parecia orgulhoso. - É esse tipo de pessoa que quero que seja. Não deve ter limitações. Não importa quem esteja no seu caminho, você sempre pode arrancar esse empecilho. - Aconselhou sem saber que estava dando a pior orientação para a própria saúde. - É meu neto, meu herdeiro e pode fazer o que quiser. Com a educação que te dei, o treinamento e tudo o que estamos conquistando, você pode dominar o Japão. Talvez até outros países. Imagine só!

Eu sabia o quanto ele gostaria que fôssemos como a máfia russa ou italiana, que atuam em todo o mundo, no entanto esses planos não são meus.

Meus planos envolvem conhecer esse mundo que ele quer dominar e depois ser um adolescente comum, estudar numa escola normal e ter ao menos um amigo.

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