Finalmente uma aula em que Hoseok não teria que se esforçar para não ficar olhando Taehyung.
Ao que parecia, o colega teria sua última aula do dia na turma de História, ao passo que o ruivo teria Geografia. Taemin também não estaria por perto. Os amigos de infância se separaram na porta da turma de Hoseok, visto como o hyung ficou implicando, dizendo que o seu “bebê” estava se “desviando do caminho”. Deste modo, teve que levá-lo até a porta e só assim o deixou em paz.
Mas Hoseok não ficou em paz realmente.
Ele passou a aula inteira pensando em como Taehyung era belo e gentil, em como tudo parecia ser perfeito o suficiente, tão envolvente quanto um feitiço. Hoseok se dava conta de que o colega fazia seu mundo girar e ele até mesmo tinha pensamentos incomuns demais, principalmente a julgar pela pureza de suas ideias cotidianas. Agora tudo estava confuso e ele já não se reconhecia quando estava perto do outro. No entanto, adorava seu novo eu.
Lá pela hora da saída ele sentiu a luz do sol entrar em suas íris pelo vidro da janela e teve um momento de lucidez, uma epifania em que passou a concordar em partes com Taemin. Estava indo rápido demais. Agora entendia os motivos para seu hyung dizer tal coisa.
Havia conhecido o Kim há pouco mais vinte e quatro horas e sentia tudo com uma assombrosa intensidade.
Isso era mesmo o certo?
O que fizera o maior para ter lhe alcançado de tal forma tão arrebatadora?
O ruivo conseguia listar pelo menos dez coisas em menos de vinte segundos.
A boca chamativa e rosadinha, a pintinha que a enfeitava, o sorriso hipnotizador e que às vezes podia ser fofo demais, o olhar intenso, o toque quente, a pele bronzeada, a altura considerável, como ficava sexy com uma tiara, bandana ou qualquer outro acessório nos cabelos ou rosto; o cuidado com que tratava o dongsaeng, o costume engraçado de usar o óculos na nuca, o cheiro que remetia o Jung a algo que não se lembrava, mas que gostaria de viver, uma sensação de libertação; a forma forte como Taehyung o segurava pela mão ou pelo pulso, levando-o por aí; a inteligência com que debatia em sala com os professores — sendo que aconteceu apenas uma vez, que Hoseok pudesse ver, mas fora o suficiente para impressionar —, o fato de gostar de xadrez, de nadar bem o suficiente para fazer com que até mesmo Jungkook dissesse isso vagamente, causando a curiosidade do ruivo…
Bem, lá se foram mais de dez motivos para Jung Hoseok sentir-se incrivelmente soterrado por um ser único chamado Kim Taehyung.
Mesmo que ele não entendesse aquelas sensações, sabia que havia algo diferente e não era num sentido amigável, mas sim no sentido romântico e até mesmo erótico.
Morria de vontade de tocar o Kim, mesmo sem saber como fazê-lo. Também adoraria ter sido beijado naquele vestiário e maldito seja o Jungkook por tê-los interrompido. O ruivinho não era tipo que sentia raiva de ninguém, ele apenas desejara que o Jeon não tivesse atrapalhado as intenções do Kim; gostaria que Taehyung tivesse avançado mais, mas isso era realmente certo? Será que Taemin estava com a razão ao dizer que o seu bebê era um caso perdido?
Hoseok temeu que sim.
Temeu perder o controle de si mesmo.
Uma confusão em sua cabeça começou a acontecer e a despeito de todo o encanto daquelas primeiras horas, ele agora sentia-se intimidado. Não que tivesse mudado de ideia em relação ao Taehyung; permanecia deslumbrado, mas agora era possível ver como tudo aquilo era demais pra si. Mesmo que não tivesse acontecido absolutamente nada. Nenhum beijo ou abraço, nenhuma fala direta sobre algum tipo de intimidade além da oferta de amizade. No entanto, Hoseok já estava alimentando a possibilidade de Taehyung vê-lo como algo a mais. Isso por conta da situação no vestiário que podia ter resultado num beijo… Ou fora apenas ilusão?
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Innocence | Vhope
Fanfiction[Concluída] Sou como você. Não sei de muita coisa sobre a vida. Tampouco sei sobre ele, a mais excepcional personalidade que já tive o prazer de descobrir: o infantilista que sabia muito mais que o suposto cara mais experiente da escola. •Juventude...