28. Não faça isso

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Jimin estava em sua cama, sonhando com a noite seguinte.

Imaginava que dali a vinte e quatro horas estaria na companhia de Jungkook e mal sabia ele que Jungkook estava fazendo o mesmo.

Os dois punham diversas imagens na cabeça para tentarem saciar a vontade de estarem juntos. A ansiedade os dominava e não seria difícil notar — se os vissem de longe — que estavam apaixonados. Bastava olhar seus olhos brilhantes e as expressões abobalhadas, além dos suspiros demorados e risinhos felizes.

Jimin estava sorrindo, imaginando os carinhos que faria no namorado, quando a campainha tocou.

Eles não recebiam muitas visitas, sobretudo naquele horário, então o rapaz de cabelos cor de rosa já imaginava quem seria o visitante.

- Olha quem apareceu, filho! - A senhora Park surgiu na porta, mesmo sem bater.

- Tae! - Jimin rapidamente se levantou ao ver o amigo.

Sentir os braços de Taehyung lhe abraçando era uma das sensações favoritas do jovem Park. Era confortável estar nos braços do melhor amigo, como se este fosse seu lar, onde se sentia seguro e amado.

Bem, com Jungkook também se sentia amado, porém o mais velho via Taehyung como uma espécie de espelho, onde podia ver a si mesmo, ainda que fossem tão diferentes em muitos aspectos. Também sentia que era fácil explicar qualquer sentimento ao Kim, já que este o entendia com uma facilidade espantosa. O caminho inverso também acontecia e Jimin se orgulhava por conhecer tão bem o enigmático Taehyung.

- Nem parece que se viram hoje pela manhã. - Apontou a matriarca Park com um sorriso.

Ela realmente valorizava muito aquela amizade, afinal Taehyung salvou a vida de seu filho. Literalmente.

Àquela hora, a mulher atenderia a porta com desgosto se fosse qualquer outra pessoa, mas sua casa sempre seria como uma extensão da casa dos Kim. Era um prazer recebê-lo, mesmo que fosse meia-noite, o que não era o caso.

Era cedo ainda, então ela deixou os dois sozinhos, depois de questionar se queriam comer alguma coisa e escutar uma negativa.

- Mas o que você pensa que eu sou? - Jimin fazia drama, mas já estava tomando os tubos de tinta das mãos alheias.

- Meu colorista oficial? - Taehyung tentou, porém só conseguiu fazer o outro rir.

- Mas você é muito cara de pau mesmo, hein, Taehyung. - Ia revirando as gavetas, em busca de seus aparatos para organizar tudo. - Vem até a minha casa só pra pedir favor.

- Mas não é pra isso que servem os amigos?

- Até parece! Trate de economizar o dinheiro do lanche pra poder pagar um cabeleireiro ou vai ver só como vai receber uma porta na cara da próxima vez. - Tomou a mão do amigo e o puxou para se sentar na única cadeira disponível dentro do quarto; a que costumava usar para estudar ou simplesmente se sentava para fitar tranquilamente o céu através da janela de vidro.

- Poxa, hyung, eu faço tudo por você! E nem vim aqui pra isso. Eu só queria te ver mesmo... - Argumentava o Kim, sem querer dizer que estava entediado em casa. - Arrumei uma desculpa pra vir e a melhor que encontrei foi essa, já que faz uns dias que estou pensando em mudar de cor.

- Só acredito porque sua explicação até que foi fofa, mas você deveria escolher uma cor só e ficar nela. Dia desses fica careca. - As mãos pequenas do Park se ocuparam de prender os cabelos do amigo com algumas presilhas, dividindo bem para que não ficasse um fio sequer para trás. Mostrava-se acostumado com o processo, pois estava sempre retocando o rosa claro nos próprios cabelos. Às vezes, também pedia ao amigo para ajudá-lo, então era justo que fizesse o mesmo.

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