Innocence | Vhope

35. Ele não vale a pena

NOTA:
Parabéns pro Jimin! Hoje é dia do nosso mozi, mochi, bebê, lovely... Pra mim, ele tá fazendo apenas três aninhos, o neném.
Preparadas pra essas 10k?
Boa leitura!

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Taehyung estava se sentindo ridículo.

Enquanto J-Hope tomava um rápido banho, ele se viu na responsabilidade de ficar do lado de fora do box, sentado na tampa do vaso sanitário, a cabeça apoiada na parede.

O caso era que o ruivinho não estava caminhando bem e foi difícil fazê-lo chegar até o banheiro. O dono da casa teve medo de que, ao sair, o outro acabasse escorregando e se machucando. Por isso, resolveu aguardá-lo ali mesmo, vendo sua silhueta pelo vidro do box e pensando nas merdas que andava fazendo.

Aquele momento foi importante, visto como os pensamentos em foco, ainda que confusos, resultaram numa decisão.

Ele sentiu que devia parar de pensar em "se fosse antes", dados os fatos. Decidiu que precisava aprender a lidar com as próprias reações em relação ao ruivinho. O passado estava só nas memórias e o Kim estava custando a aceitar que havia mudado por causa da chegada de J-Hope. Era difícil.

Sua forma de pensar não havia se alterado, pois seguia achando que não deveria se envolver demais. Tinha a mesma certeza sobre a suposta incapacidade de amar. Contudo, as atitudes iam à revelia, sendo como eram e deletando completamente qualquer regra. Não as respeitava no final. Acabava agindo naturalmente contra tudo o que sempre fez.

Tae relembrava o que precisava fazer para manter o antigo estilo de vida, no entanto quando via, estava fazendo algo que não "deveria". Mesmo que ninguém estivesse impedindo-o de tentar algo mais sério outra vez, não queria fazer outra pessoa chorar. Ao mesmo tempo, acreditava que J-Hope não fosse se apegar tanto, que sabendo de tudo o que sabia, estaria ciente de como seria sempre o relacionamento entre eles.

Apesar disso, Taehyung nem notava como mudava todos os seus preceitos para agregar o ruivinho em todos os seus espaços, como foi o caso da atitude que teve quando ele saiu do banho.

Ao invés de deixá-lo se vestir e ir embora, como faria com qualquer outro sem se importar minimamente, o que fez foi guiá-lo até a cama para que se deitasse e descansasse. O ajudou a vestir a cueca e se jogou ao seu lado, sentindo o colchão balançar.

Não era a primeira vez que Taehyung permitia algo assim. Já tinha dormido com outras pessoas, mas a diferença foi que evitou que Hope sentisse vontade de ir embora. O ocupou e cuidou, de modo a fazê-lo querer ficar. Mesmo sério por não estar no clima de sorrisos, buscou ser mais agradável.

Taehyung ainda não podia ficar só, não se sentia bem o suficiente. Apenas pensar nessa possibilidade causava um peso em seu peito, uma tristeza muito grande e um receio que não gostaria de ter, mas não podia negligenciar. Imaginou que se ficasse sozinho, iria se afundar em lágrimas, tristeza e dúvidas.

Pela primeira vez, pensou que talvez houvesse algo mais em seu ser que o fazia potencializar uma situação que podia nem ser real, visto como aceitou a possibilidade lançada pelo ruivo, de que talvez a conversa que ouviu não fosse bem aquilo.

— Quer ver alguma coisa comigo? — Hope insistiu na ideia que teve antes, rodeado pela energia infantil de animação que sempre o envolvia.

Era estranho ficar em silêncio depois de tudo o que fizeram naquela mesma cama. Também não queria ficar pensando em Taehyung, tendo Taehyung bem ao seu lado. Preferia aproveitar a companhia dele e deixar para pensar quando estivesse em casa.