23. Maturidade inesperada

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- Ah... - O Jung abaixou a cabeça, sentindo toda a animação anterior desvanecer.

Por que tinha que parar de falar o apelido? Taehyung não havia deixado antes? Por que mudou de ideia tão rápido?

"Será que Seokkie fez alguma coisa errada e o TaeTae hyung não gosta mais?"

Até mesmo pensou que podia ter sido por dar as costas pro outro mais cedo, logo depois de um beijo.

O ruivinho, agora, só queria sentar num cantinho e chorar muito por ter sido repreendido. Mesmo assim, fez um esforço para engolir o choro e dar uma resposta decente.

- Tudo bem, hyung... - Aceitou tristemente, sem deixar de olhar o chão.

Um biquinho adorável surgiu em seus lábios e conforme andava, seu cabelo balançava. Aquele voluminho fofo atrás de sua cabeça, que ficava tão chamativo com o tal vermelho-vivo do qual todo mundo comentava. A luz do sol também não deixava nada escondido.

Taehyung mordeu o lábio. Suas sobrancelhas se juntaram.

Havia algo lhe incomodando e nem mesmo a fofura daquele cabelinho iria aliviar esse pequeno incômodo.

Ele viu os ombros de J-Hope caírem e toda a sua postura perder entusiasmo. Parecia que tinham lhe dado uma pancada na cabeça e ele entrou um pouquinho na terra, ficando menor e mais indefeso, encolhido entre os próprios braços e a mochila.

Taehyung se sentiu o pior dos seres humanos.

Era foda ter que lidar com gente assim. Não dava pra manter a postura firme. Não dava pra ser indiferente como se fazia necessário - necessário porque o rapaz não se envolvia.

Ele suspirou.

Estava com ódio.

Não do garoto ao seu lado, mas de si mesmo.

Por que caralhos não deixava as coisas como estavam?

Contudo, sem conseguir se conter, ele voltou a sussurrar:

- O apelido é só nosso. Não quero que todo mundo fique sabendo e comecem a chamar assim também. - Segredou.

Se arrependeu no mesmo instante, mas a merda já estava feita.

Hope era fofo demais pro Kim suportar, e ver aquela carinha triste lhe deixou com o coração doendo, como se tivesse roubado o pirulito de uma criança.

E mesmo sendo frio em muitos aspectos, não era capaz de fazer mal a uma criança.

- Sério? Então o hyung também vai me dar um apelidinho? - As sobrancelhas se levantaram, adornando o olhar esperto.

O Kim quase riu.

"Apelidinho...? Porra, que fofo, cara... Isso é tão injusto!"

Olhinhos esperançosos estavam em cima dele.

Sentindo-se mal por fazer uma merda atrás da outra, Taehyung passou a mão nos fios azuis e lambeu os lábios. Procurou oferecer uma resposta sensata, que não desse mais esperanças ao garoto, mas que também não o deixasse mal.

- Talvez. Não tenho uma ideia agora, mas quem sabe a gente não encontre algo que se pareça com você, não é?

- Uhum! Seo... Eu quero, hyung! - O ruivinho concordou rapidamente, inocente como se tivesse sido convidado ao parque de diversões. E por isso, quase usava o linguajar que costumava utilizar com Yoongi e Taemin. Isso porque se sentia confortável em momentos assim com Taehyung; quando ele era fofo consigo.

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