Estávamos os três patetas parados em frente ao pequeno prédio, o único daquela rua.
Ficamos admirando a forma como aquele lugar podia ser grande e ao mesmo tempo aconchegante visto de fora. Era até meio compacto. Não era um arranha-céu ou um prédio luxuoso, porém não chegava a ser dos mais simples, feio ou caindo aos pedaços. De ambos os lados havia casinhas com aparência de lares confortáveis para seus donos. Era como se em cada pequeno lar habitasse uma família feliz. Gostei disso.
O prédio tinha quatro andares e o térreo. Era todo pintado de rosa claro e as portas e janelas eram fechadas por um vidro escuro com aparência fumê. Cada andar contava com uma varanda pequena, de onde pendiam algumas flores. Apenas o último estava sem nada; parecia estar vazio e por isso ninguém se importava em cultivar planta alguma no pequenino espaço reservado para as flores. De fora não dava pra saber se o térreo também era uma moradia ou se havia algo relacionado ao funcionamento do lugar.
- Começamos bem. - Taemin comentou ao ver que o nosso era o único predinho da rua, como passaria a ser chamado.
- Não se abale por tão pouco, Minnie! - Pedi animadamente. Aquela rua tinha uma aura boa, feliz, aconchegante. Senti como se passarinhos saíssem em revoada de dentro de mim. Eu queria mesmo que ficasse tudo bem. Que desse certo. Era um lugar novo, vida nova.
- Venham. Mal chegamos e já estamos feito três idiotas parados do outro lado da rua do prédio. Por favor, não fiquem agindo feito malucos. - Yoongi disse, já caminhando para atravessar a rua.
- Ai Suga, você é um chato e sabe disso. - Taemin provocou, chamando-o pelo apelido que o desagradava. Talvez não muito, mas meu irmão se achava sério demais pra um apelido tão fofo. Ele ignorou Taemin e atravessou a rua, logo chegando à portaria.
Após a identificação, na qual o senhor com cara de vovô nos deu boas vindas, o portão foi destrancado e subimos pro quarto andar, o da varanda sem flores. Então traçei logo de cara a minha primeira meta naquele prédio: plantar flores lindas e de cores vivas na varanda do nosso novo lar.
Felizmente o apartamento não era tão grande quanto eu temia.
Inicialmente meus pais o escolheram pensando que eu ficaria sozinho naquele lugar e mesmo assim havia dois quartos ali. Explicaram-nos que era porque todos os andares foram feitos com o mesmo modelo de apartamentos, portanto todos possuíam dois quartos e seus preços não variavam. Era um prédio padrão, para famílias padrão, ainda que eu fosse descobrir futuramente que nenhuma família ali era tão "padrão" assim.
Como junto a mim estavam mais duas pessoas, tivemos que descobrir como ficaria a divisão dos quartos. Isso não foi difícil, pois seria melhor pra mim ter o Taemin no meu quarto, assim como ele preferia a minha companhia à do Yoongi. Eles dois implicavam mutuamente. Viviam tendo pequenas discussões, porém nada grave e Yoongi acabava ignorando o Minnie, evitando uma briga mais séria. Sempre desconfiei que os dois se gostassem mais do que aparentavam, afinal tanta implicância devia ter algum motivo. Quanto aos quartos, como o meu irmão iria trabalhar, então provavelmente chegaria cansado e querendo dormir cedo, deixamos que ele ficasse com o menor. Isso porque não necessitava de tanto espaço, além de que seriamos Taemin e eu num quarto e se escolhêssemos o menor, ele ficaria muito amontoado tendo duas camas e mais toda a nossa bagunça. Yoongi ficou contente com a decisão coletiva e nós, os mais novos, também.
O lugar era todo mobiliado, mas como disse, meus pais não esperavam que eu fosse estar acompanhado, então havia apenas uma cama. Cedi a minha para o Yoongi naquela primeira noite porque o Taeminnie resolveu fazer um acampamento na sala. Desconfio seriamente que ele o fez por cuidado ao Yoongi, que sairia a procura de emprego e precisava de uma boa noite de sono, mas isso jamais seria verbalizado. Meu irmão prometeu que no dia seguinte iria dar providência em mais duas camas, já que pelo menos para isso meus pais serviram: dar dinheiro para nos acomodarmos corretamente.
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Innocence | Vhope
Fanfiction[Concluída] Sou como você. Não sei de muita coisa sobre a vida. Tampouco sei sobre ele, a mais excepcional personalidade que já tive o prazer de descobrir: o infantilista que sabia muito mais que o suposto cara mais experiente da escola. •Juventude...