15. Cosmos

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Jimin parou em frente a uma porta.

— Vocês vão ficar atrás da gente, mesmo? — Seu semblante era meio esnobe, o nariz empinado, as sobrancelhas levemente arqueadas.

Estava em seu ambiente de conforto, onde claramente se sentia seguro para dizer ou fazer o que preferisse.

Jungkook e Taehyung trocaram olhares.

— Podemos ficar? Só por uns… Dez minutos? — O Jeon tentou incerto, então sorriu amarelo, com medo do outro dizer que não.

Jimin riu da pergunta do namorado e de sua reticência.

— Vão se atrasar pro seu clube. — O Park insistiu provocante e cruzou os braços, tentando parecer mais firme, mesmo quando um sorriso divertido e sádico brincava em seus lábios pelo que estava incitando.

Enquanto isso, Hoseok estava completamente perdido.

"Por que querem ficar?"

Estava imerso em vergonha. Não pensava em dançar diante do olhar de Taehyung. Morria de medo de errar e fazer feio na frente daquela pessoa. A opinião dele valia muito para o Jung e como não dançava há uns dias — precisamente desde que chegou a Seul — se sentia um pouco enferrujado.

Nem queria pensar no mico que ia pagar se acabasse errando algo muito óbvio ou se caísse.

Seria o fim. Putz, realmente não queria ter que arriscar. Mesmo que normalmente fosse bem confiante em relação a sua dança e não tinha vergonha de fazê-lo diante de outros, Taehyung era especial.

— Dez minutos não vão matar, hyung. — Disse este último ao tentar complementar o que Jungkook pedia, tendo suas mãos nos bolsos da calça de vovô que estava usando.

Tentava ao máximo parecer desinteressado. Algo como estar ali por mero costume, como fez algumas vezes quando Jimin queria ensaiar para poder esvaziar a mente. Contudo, esse tipo de coisa não costumava funcionar com seu soulmate.

Então um sorriso vitorioso tomou os lábios grossos do Park, mostrando seu dente tortinho, pro deleite de Jungkook, que admirava a aura segura do namorado e sua fofura junto a ela.

— Isso que é "não ser diferente", hein Taehyung. — Alfinetou, fazendo aspas com os dedos, citando diretamente o que o mais novo havia dito antes.

No entanto, só quando viu um olhar perplexo na face do amigo, mostrando a luz do entendimento, foi que tomou a mão do ruivinho e entrou apressado na sala de dança, levando-o e deixando os outros dois pra trás.

Taehyung sentia todas as sinapses acontecendo em seu cérebro, fazendo com que os olhos piscassem numa velocidade maior que a normal. Além disso, começou a esfregar nervosamente os dedos uns nos outros, como se tivesse a necessidade de algum contato para provar que ainda era humano, que ainda estava em seu próprio corpo. E, no meio dessas sensações desconexas, notou que Jungkook estava com a mão em seu ombro.

Com um olhar preocupado, o mais novo se pronunciou:

— Você está bem, cara? — Foi o que quis saber.

— Acho que sim. — Taehyung respondeu no automático.

Apesar disso, seu olhar ainda não parecia enxergar realmente. Estava vago e perdido. Desfocado.

Que tipo de "diferença" Hope representava?

Baseando-se no medo que sentia disso, tendo que admitir a duras penas para si mesmo, que era realmente medo, Taehyung decidiu que se tratava de algo ruim.

Innocence | VhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora