36. Hyung fofinho

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Hoseok estava uma pilha de nervos.

Encontrava-se no sofá, na sala de sua casa e a perna tremelicava o tempo todo. Suas mãos até suavam e os olhos não podiam se concentrar na animação que se mostrava na TV, tentando chamar atenção de um telespectador disperso.

Taemin estava na cozinha, pensando seriamente se deveria estar presente no momento da conversa que Hoseok esperava tão ansiosamente. O copo de água em sua mão já não estava gelado.

Foram necessários muitos minutos para que ele decidisse que não deveria se meter. Não ia conseguir ser objetivo, pois se Jimin dissesse algo a favor de Taehyung, mesmo sabendo que o Kim era uma pessoa de bom coração, não poderia ser imparcial. Iria sempre pensar mais em Hoseok, que seria sua prioridade até o fim. Entretanto, sabia que para ver o amigo feliz, precisava fazer algumas concessões. Não estava muito disposto a isso, mas teria que fazê-lo se fosse escolha do melhor amigo, afinal a vida era dele.

Mesmo sem querer, teria que confiar que Hoseok lhe contaria o necessário para estar por dentro da situação e atento ao que fosse necessário.

Podia não parecer, mas Taemin também se importava com Taehyung. Sabia que toda aquela repulsa em relação aos relacionamentos e apego emocional eram resultado de algum problema psicológico. Precisava de apoio e tratamento. Entretanto era da opinião de que o Kim deveria buscar terapia e não usar seu melhor amigo como escape, tornando-o vítima de seus problemas.

Apesar de tudo, ficou feliz pela forma como Hoseok andava agindo. Mesmo vendo-o preocupado, também sabia que estava tentando se preservar um pouco. Além disso, ainda que minimamente, notou uma diminuição nas ações infantis dele. No jeito de falar, de se sentar e até mesmo de se vestir. Era pouca coisa, mas Taemin sempre esteve atento, então não foi difícil perceber.

Taehyung trouxe mudanças para aquela família, já que J-Hope era o elo deles. Por mais que Yoongi não expusesse muitos comentários, estava prestando atenção no irmão. Taemin continuava protetor, mas tornou-se mais flexível, pois queria saber até o onde o ruivo iria, se ficaria mais maduro e mudaria de alguma forma.

Mas a principal mudança nunca foi citada e sobre essa, o Lee preferia nem pensar. Não por ser ruim, mas porque suas bochechas ficavam coradas só por lembrar.

Havia um sorrisinho no canto de sua boca quando a campainha soou. Tinha avisado ao porteiro que Park Jimin viria, portanto era provável que fosse ele.

Colocou o copo na pia e foi abrir a porta, mas era tarde, pois Hoseok estava tão ansioso que correu para atender.

— E aí, Jimin! — Cumprimentou ao ver o outro parado na porta.

— Oi, hyung! — O Park sorria e parecia animado. — Por que você não está arrumado? — Indagou ao ruivo diante de si, que usava uma camisa branca sem detalhes, um short azul claro com pequenos Mang espalhados e meias também azul-bebê.

— Nós vamos sair? — Por essa ele não esperava.

— Vamos! Quando eu disse pra conversarmos, pensei logo em te levar pra comer umas costelinhas de porco comigo. Quer?

J-Hope fitou Taemin, que acabou sorrindo em concordância.

Uhum! — O ruivinho também ficou animado de repente e saiu saltitando até o quarto. — Vou trocar de roupa! Já volto!

Então Taemin e Jimin ficaram na sala.

Um momento de silêncio preencheu o espaço, mas o Lee foi o primeiro a falar.

— Eu sei que você é o melhor amigo do Taehyung, mas queria te pedir pra não convencer o J-Hope a fazer coisas que não deve. — Disse cuidadosamente, com medo de estar sendo maldoso e indelicado.

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