9 || Os Olhos Nunca Mentem

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Hermione havia levado nossas vassouras para Dumbeldore, mas a história chegou em Minerva e Snape também, como já era de se esperar. Harry estava chateado com Hermione, mesmo sabendo que era por uma boa causa.
   Os professores teriam de desmontar nossas vassouras para conferir se havia algum feitiço, e Minerva disse que nos devolveria em até algumas semanas. Bem, este não é um prazo certeiro, para nossa infelicidade. Isso tudo fez voltar aos meus pensamentos, as palavras de Sirius e o dia em que o encontrei. Senti novamente um enorme aperto no peito e me encolhi ao lado do sofá da sala comunal, abraçando meus joelhos. E com isso, nem tinha percebido que Harry estava lá. O garoto se sentou ao meu lado no chão, na mesma posição que eu e me olhou;

– Acha mesmo que foi o Black quem mandou as vassouras? – perguntou o garoto.

– Não fale assim – balancei a cabeça – Digo, chamá-lo pelo sobrenome... soa estranho, já que me chamam assim todos os dias.

– Oh, foi mal. – falou Harry. – Deve ser terrível mesmo ser comparada a ele.

– Você nem imagina. – encostei a cabeça nos meus joelhos desviando o olhar de Harry. – Mas respondendo à sua pergunta, não acho que tenha sido ele quem mandou as vassouras... embora seja muita coincidência nós dois ganharmos exatamente o mesmo presente sem identificação.

– Deve ser alguém que gosta muito de nós – Harry sorriu – Mas você nem precisava de uma vassoura nova, não foi a sua que se espatifou durante o jogo.

– O jogo que nós ganhamos graças a mim? – sorri voltando a olhar para o garoto. – Bem, é verdade. Mas se a pessoa mandou para nós dois, significa que ela gosta muito de nós dois. – enfatizei.

– Tem razão. – concordou Harry balançando a cabeça. – Não vejo a hora de começar a jogar com ela, seremos os mais rápidos do time!

– Isso se Hermione parar de cismar que está enfeitiçada. – brinquei, nos fazendo rir.

– É verdade. – concordou Harry. – Mudando de assunto, você conseguiu falar com o Lupin no natal? Ia perguntar antes mas acabei me esquecendo.

– Consegui, sim – fiz sinal com a cabeça.

– Que bom! – o garoto sorriu. – E como ele está?

– Está bem. Apenas faltando à algumas aulas porque está doente, mas logo logo volta. – respondi.

– Bem, espero que melhore logo então. E outra, dobramos nossas aulas com Snape, está sendo um saco ele substituindo em DCAT. – comentou Harry torcendo o nariz.

– Sim – concordei. – Eu aprendo tanto nas aulas com o Lupin... e me divirto ao mesmo tempo. Snape para mim sempre será o mestre de poções. Ele combina com isso.

– Gosta das aulas dele? – perguntou Harry, franzindo o cenho.

– Acho ele insuportável, mas é um bom professor, sim. – dei risada.
   Eu disse que Harry ficara chateado com Hermione por causa da história das vassouras, e ficou, de fato. Mas Rony ficou furioso. Ele achava que desmontar uma Firebolt nova em folha era nada menos do que um ato criminoso. Hermione, que continuara convicta de que agira pelo nosso bem, começou a evitar a sala comunal. Em tudo por tudo, nós ficamos felizes quando o restante da escola voltou, pouco depois do Ano Novo, e a Torre da Grifinória novamente se encheu de gente e ruídos.

[...]

Era um domingo antes da volta às aulas oficial, e estava nevando lá fora. Eu normalmente iria até o Campo de Quadribol treinar um pouco, mas fazia muito frio, então resolvi ir dar uma volta pelo castelo. Acabei me juntando ao Rony no Salão Principal. Ele comia bolachas amanteigadas enquanto terminava algum dever de última hora.

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