– Deve estar quase na hora – disse o Sr. Weasley depressa, puxando o relógio do bolso mais uma vez. – Você sabe se temos que esperar mais alguém, Amos?
– Não, os Lovegood já estão lá há uma semana e os Fawcett não conseguiram entradas – disse o Sr. Diggory. – Não tem mais gente nossa na área, tem?
– Não que eu saiba. É, falta um minuto... é melhor nos prepararmos...
Ele olhou para Harry e Hermione.– Vocês só precisam tocar na Chave de Portal, só isso, basta um dedo...
Com dificuldade, por causa das volumosas mochilas, todos nos agrupamos em torno da velha bota que Amos Diggory segurava.
Todos ficamos parados ali, num círculo fechado, sentindo a brisa gélida que varria o cume do morro. Ninguém falava.– Três... — murmurou o Sr. Weasley, com o olho ainda no relógio — dois... um...
Aconteceu instantaneamente. Tive a sensação de que um gancho dentro do meu umbigo fora irresistivelmente puxado para a frente. Meus pés deixaram o chão; todos avançavam vertiginosamente em meio ao uivo do vento e ao rodopio de cores; meu dedo indicador estava grudado na bota como se esta o atraísse magneticamente para a frente, e então... meus pés bateram no chão; Rony deu um encontrão em mim e caiu; a Chave de Portal despencou no chão do lado da cabeça dele com um baque forte.
Ergui os olhos. O Sr. Weasley, o Sr. Diggory e Cedrico continuavam parados, embora com a aparência de terem sido varridos pelo vento; os demais estavam caídos no chão.– O sete e cinco chegando do morro Stoatshead – anunciou uma voz.
– Acho que vou vomitar – eu disse enquanto me levantava.
Tínhamos chegado a um trecho deserto de uma charneca imersa em névoa. Diante de nós havia dois bruxos cansados, com cara de rabugentos, um dos quais segurava um grande relógio de ouro, e o outro, um grosso rolo de pergaminho e uma pena. Ambos estavam vestidos como trouxas, embora sem muita habilidade; o homem do relógio usava um terno de tweed com botas de borracha até as coxas; o colega, um saiote escocês e um poncho.– Bom dia, Basílio – cumprimentou o Sr. Weasley, apanhando a bota que os transportara e entregando-a ao bruxo de saiote, que a atirou em uma grande caixa de chaves de portal usadas, a um lado; vi, entre elas, um jornal velho, latas de bebidas vazias e uma bola de futebol furada.
– Olá, Arthur – disse Basílio em tom entediado. – Não está de serviço, não é? Tem gente que se dá bem... estivemos aqui a noite toda... é melhor você desimpedir o caminho, temos um grupo grande chegando da Floresta Negra às cinco e quinze. Espere um pouco, me deixe ver onde é que você vai ficar... Weasley... Weasley... – Ele consultou a lista no pergaminho. – A uns quatrocentos metros para aquele lado, primeiro acampamento que você encontrar. O gerente é o Sr. Roberts. Diggory... segundo acampamento... pergunte pelo Sr. Payne.
– Obrigado, Basílio – disse o Sr. Weasley e fez sinal para todos o acompanharem.
Saímos pela charneca deserta, incapazes de distinguir muita coisa através da névoa. Passados uns vinte minutos, avistamos uma casinha de pedra ao lado de um portão. Mais além, pude distinguir mal e mal as formas fantasmagóricas de centenas de barracas, montadas na ondulação suave de um grande campo, no rumo de uma floresta escura no horizonte. Nós nos despedimos dos Diggory e nos aproximamos da casa.
Havia um homem parado à porta, contemplando as barracas. Eu soube só de olhar que aquele era o único trouxa legítimo numa área de muitos hectares. Quando o trouxa ouviu os passos do grupo, virou a cabeça para olhá-los.– 'dia! – cumprimentou o Sr. Weasley animado.
– 'dia – disse o trouxa.
– O senhor seria o Sr. Roberts?
– É, seria – respondeu o Sr. Roberts. – E quem é o senhor?
– Weasley, duas barracas reservadas há uns dois dias?
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Hogwarts Legacies - A Filha de Sirius Black
FanfictionTer uma família nunca esteve nos planos de Sirius Black, mas isso mudou drasticamente três anos após o mesmo terminar a escola. Depois de muitos anos persistindo, Marlene Mckinnon, a única garota por quem Sirius se apaixonou em toda a sua vida, ace...