28 || Um Suspeito Entre Nós

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Uma das melhores consequências da segunda tarefa foi que todo mundo ficou muito interessado em saber os detalhes do que acontecera no fundo do lago, o que significou que, uma vez na vida, Rony estava conseguindo dividir as luzes da ribalta com Harry.

Quando março começou, o tempo ficou mais seco, mas ventos cortantes esfolavam o rosto e as mãos todas as vezes que as pessoas saíam aos jardins. Havia atrasos no correio porque o vento não parava de tirar as corujas da rota. Desta vez, Atena trouxe para mim dois jornais; o primeiro tinha a manchete A Doença Misteriosa de Bartolomeu Crouch, e o segundo, Bruxa do Ministério continua desaparecida — o Ministério da Magia agora está pessoalmente envolvido.

Eu corri os olhos sobre Crouch. Frases soltas destacaram-se sob meus olhos; não é visto em público desde novembro... casa parece deserta... O Hospital St. Mungus para Doenças e Acidentes Mágicos não quer comentar... Ministério se recusa a confirmar os boatos sobre doença grave...

Precisava compartilhar aquilo com Harry, Hermione e Rony, mas não ali em público onde qualquer um podia nos ouvir. Então combinei de me encontrar com eles depois do almoço numa sala de aula vazia no segundo andar. E quando chegamos, nos certificamos de que não havíamos sido seguidos e que não tinha ninguém por perto. Entramos.

Abaffiato! — murmurei apontando a varinha para o teto da sala.

— Que feitiço é esse? — perguntou Rony.

— É para que possamos conversar sem sermos ouvidos — respondi. — Mesmo que passe alguém pelo corredor, não vão escutar nada vindo de dentro da sala. Ele abafa o som.

— Como... como você aprendeu esse feitiço? — perguntou Hermione boquiaberta. — Digo, ele não está no nosso material de aprendizado... não ensinam na escola.

— Bem... digamos que dá para aprender bastante coisa quando se tem um padrinho que trabalhou como auror e professor de Defesa Contra as Artes das Trevas. — respondi. — Mas então, chamei vocês aqui por quero lhes mostrar uma coisa.

Tirei dos bolsos os dois jornais que havia recebido e entreguei aos meus amigos. Harry e Rony apenas olharam por cima assim como eu, mas Hermione estava lendo a matéria completa.

— Quem mandou os jornais pra você? — perguntou a garota ainda com os olhos na folha.

— Meu pai, acho. — respondi. — Veio com uma pena de hipogrifo presa nos jornais, presumo que seja do Bicuço.

– Estão fazendo parecer que ele está à morte – disse Harry lentamente. – Mas não deve estar se conseguiu vir até aqui...

– Mas Percy é assistente pessoal de Crouch – informou Rony. – Ele diz que o cara está sofrendo de estresse.

– Veja bem, ele realmente parecia doente na última vez que eu o vi de perto – disse Harry. – Na noite que o meu nome foi escolhido pelo Cálice...

– Está recebendo o que merecia por despedir Winky, não? – comentou Hermione friamente, enquanto ainda lia o artigo. – Aposto como gostaria de não ter feito isso, aposto como sente a diferença agora que ela não está mais lá para cuidar dele.

— Essa história tá muito estranha... — comentei. — A começar pela Copa Mundial... Bartô mandou Winky guardar seu lugar no camarote de honra mas nem sequer apareceu para o jogo; depois, na floresta, despediu a coitada acusando-a de estar relacionada à Marca Negra, sendo que era óbvio que ela não tinha nada a ver com a situação; e agora não é visto desde novembro com a desculpa de uma doença, mas entra na escola de madrugada para bisbilhotar a sala de Snape... não pode ser possível, não faz sentido.

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