26 || O Baile de Inverno

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Os funcionários de Hogwarts, demonstrando um constante interesse em impressionar os visitantes de Beauxbatons e Durmstrang, pareciam decididos a mostrar o castelo em sua melhor forma neste Natal. Quando armaram as decorações, reparei que eram as mais fantásticas que já vi no interior da escola. Pingentes de gelo perene tinham sido presos nos balaústres da escadaria de mármore; as doze árvores de Natal que sempre eram montadas no Salão Principal estavam enfeitadas com tudo, desde frutinhas vermelhas luminosas até corujas douradas vivas que piavam, e as armaduras tinham sido enfeitiçadas para cantar canções tradicionais de Natal quando alguém passasse por elas. Era impressionante ouvir "O' vinde adoremos" cantado por um elmo vazio que só sabia metade da letra. Várias vezes, Filch, o zelador, teve que retirar Pirraça de dentro da armadura, onde ele pegara a mania de se esconder, preenchendo as lacunas das canções com palavras de sua própria invenção, todas muito grosseiras.

Eu ainda estava sem um par para o baile, assim como Harry e Rony. Mas Hermione já havia arranjado um. Finalmente descobri o que Vítor Krum tanto fazia na biblioteca; observava Hermione enquanto ela estudava. Ele estava interessado nela, então a convidou para o baile. Ela ficou super animada, e eu super feliz por ela.

[...]

Na hora do jantar, não vi meus amigos na mesa, então me sentei mesmo assim para comer.

— Ficou sabendo, Black? — perguntou uma voz familiar. Era Nott, se sentando ao meu lado.

— Fiquei sabendo de que, exatamente? — perguntei.

— Diggory convidou Cho Chang para ir ao baile — informou Theodore.

— Quê? — indaguei. — A apanhadora da Corvinal?

— Ela mesmo. E ainda está rolando uns boatos de que os dois estão de namorico.

— Em tão pouco tempo? — pensei alto. — Que estranho...

— Está chateada, Black? — perguntou o garoto.

— Não, por que eu estaria? — respondi.

— Sei lá, ele parecia estar tão na sua... — disse Nott.

— Eu adoro Cedrico, mas não me interesso por ele nesse sentido. — expliquei.

— Entendi — Theodore assentiu. — Então você já tem um par? O baile é daqui a uma semana...

— Sendo sincera, não, não tenho. — eu ri.

— Você é a última garota que eu pensei que ficaria até o último instante sem um par. — disse o mesmo em tom de sarcasmo.

— Isso foi um elogio? — perguntei.

— Entenda como quiser. — concluiu o garoto. — E aí, quer ser meu par no baile, ou não?

— Achei que quisesse ir sozinho...

— É, digamos que eu mudei de ideia. E então? — disse Theodore.

— Até que demorou — sorri de canto.

— Sabe como é, a concorrência é grande, eu tinha que ter certeza. — o garoto repetiu minha expressão.

E nesse mesmo momento, senti meu estômago se revirar, mas de um jeito bom. Theodore me olhava fixamente com um sorriso discreto e parecia ter entendido as minhas indiretas desde o começo. Naquele instante, senti algo pulsando dentro de mim, mas acredite, não era o meu coração.

— Te encontro na escadaria às oito. — disse Theodore levantando-se do banco.

— Fechou. — respondi.
   Depois que ele se retirou, ainda fiquei um tempão sorrindo igual boba até terminar de comer. Aquilo era estranho, mas ótimo.

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