46 || A Armada de Dumbledore

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As vestes dos garotos se enfunavam e giravam em torno do corpo enquanto eles chapinhavam pela horta inundada, a caminho da aula de Herbologia, onde mal se conseguia ouvir o que a Profª Sprout dizia, tal a chuva que batia no teto da estufa, com a força do granizo. A aula da tarde de Trato das Criaturas Mágicas ia ser transferida dos terrenos varridos pela tempestade para uma sala livre no andar térreo, e, para intenso alívio dos garotos, Angelina procurara a equipe na hora do almoço para avisar que cancelara o treino de quadribol.

– Que bom – disse Harry baixinho, ao ouvir a notícia –, porque encontramos um lugar para o nosso primeiro encontro de Defesa. Hoje à noite, oito horas, sétimo andar, em frente àquela tapeçaria do Barnabás, o Amalucado, sendo abatido a cacetadas pelos trasgos. Você pode avisar a Cátia e a Alícia?

Harry havia contado a Vanessa, Rony e Hermione, que na noite anterior, antes de ele subir para se deitar, ele encontrou Dobby na sala comunal indo lhe devolver Edwiges. Disse que perguntou ao elfo se ele poderia arranjar um lugar seguro para vinte e oito pessoas praticarem Defesa Contra as Artes das Trevas, sem que nenhum professor descobrisse, principalmente Umbridge. Então Dobby indicou a ele a Sala Precisa, também conhecida como Sala Vem e Vai, e contou que ela aparece quando alguém realmente necessita dela.

Angelina pareceu ligeiramente surpresa, mas prometeu avisar as outras. Harry, esfomeado, voltou a atenção para o seu purê com salsichas. Quando ergueu os olhos para tomar um gole de suco de abóbora, viu Hermione observando-o.

– Que foi? – perguntou guturalmente.

– Bom... é que nem sempre os planos de Dobby são seguros. Não está lembrado quando ele fez você perder todos os ossos do braço?

– Essa sala não é só uma ideia maluca do Dobby; Dumbledore a conhece também, me falou nela no Baile de Inverno.

A expressão de Hermione se desanuviou.

– Dumbledore lhe falou da sala?

– De passagem.

– Ah, bom, então, tudo bem – disse imediatamente, sem fazer mais objeções.

Acompanhados por Rony, eles gastaram a maior parte do dia procurando as pessoas que tinham assinado a lista no Cabeça de Javali, para avisar onde se encontrariam àquela noite.

Às sete e meia, Vanessa, Harry, Rony e Hermione deixaram a sala comunal da Grifinória, Harry
segurando um certo pergaminho antigo. Os quintanistas tinham permissão para circular nos corredores até às nove horas, mas os quatro não paravam de olhar para o lado, nervosos, ao se dirigir ao sétimo andar.

– Guenta aí – pediu Harry, desdobrando o pergaminho no alto da última escada, batendo nele com a varinha e murmurando: – Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom.

Apareceu um mapa de Hogwarts na superfície do pergaminho em branco. Minúsculos pontos negros se moviam nele identificados por nomes, mostrando onde estavam as várias pessoas.

– Filch está no segundo andar – disse Harry segurando o mapa perto dos olhos –, e Madame Nor-r-ra, no quarto andar.

– E a Umbridge? – perguntou Vanessa ansiosa.

– Na sala dela – respondeu, apontando para o mapa. – Okay, vamos.

Os quatro saíram apressados pelo corredor, até o local que Dobby descrevera, um trecho de parede lisa defronte à enorme tapeçaria retratando a insensata tentativa de Barnabás, o Amalucado, ensinar balé aos trasgos.

– Okay – disse Harry em voz baixa, enquanto um trasgo roído de traças fazia uma pausa no gesto contínuo de dar cacetadas na futura professora de balé para observá-los –, Dobby disse para passar por este trecho de parede três vezes, nos concentrando muito no que precisamos.

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