31 || A Terceira Tarefa

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Após o café da manhã, eu, Rony, Hermione e Harry fomos para a sala de aula do terceiro andar que não estava em uso para ajudarmos Harry a treinar os feitiços para a Terceira Tarefa do Torneio Tribruxo. Ficamos lá por todo o período da manhã, e confesso que nos divertimos muito.

— Pelo menos vamos tirar notas máximas em Defesa Contra as Artes das Trevas, nunca teríamos descoberto tantas azarações em aula. — disse Hermione.

– Bom treinamento para quando formos aurores – comentou Rony excitado, experimentando uma Azaração de Impedimento em uma vespa que entrara zumbindo na sala, e fazendo-a estacar no ar.

— Eu não sei se quero ser auror — comentei.

— Não? — indagou Rony. — É a profissão mais legal de todas!

— É mesmo... — concordei. — Mas não sei se é o que eu gostaria realmente de fazer.

— Você seria uma ótima jogadora de Quadribol — disse Harry. — Você leva a coisa bem a sério dentro de campo.

— Não vou mentir que adoraria, mas não tenho certeza... e acho que é muito cedo para decidir o que quero ser, sabem? — respondi.

— Não diria que é muito cedo — retorquiu Hermione. — Vamos para o quinto ano já, no ano que vem teremos os N.O.M.S...

— Hermione, sem pressão por favor — comentei fazendo Harry e Rony soltarem uma gargalhada.

[...]

Certo dia, nos despedimos de Hermione após o café da manhã, pois eu, Rony e Harry teríamos aula de Adivinhação e ela de Runas Antigas. A sala mal iluminada da Professora Trelawney estava incomodamente quente. A fumaça da lareira perfumada estava mais densa que nunca. Senti minha cabeça tontear ao me dirigir a uma das mesas. Enquanto a Professora Sibila estava olhando para o outro lado, tentando soltar o xale de um abajur, Harry (que também estava incomodado com o ar), abriu a janela uns dois dedinhos e tornou a se sentar em sua cadeira forrada de chintz, de modo que uma brisa suave correu por nossos rostos. Eu me senti muitíssimo confortável.

– Meus queridos – disse a professora, sentando-se em sua bergère diante da turma e percorrendo-a com seus olhos estranhamente aumentados –, estamos quase no fim dos nossos estudos sobre adivinhação planetária. Hoje, no entanto, teremos uma excelente oportunidade de examinar os efeitos de Marte, porque ele está em uma posição muitíssimo interessante neste momento. Se vocês todos olharem para cá, eu vou diminuir a luz...

Ela acenou com a varinha e as luzes se apagaram. A lareira ficou sendo a única fonte de claridade. A Professora Sibila se curvou e tirou debaixo da poltrona um modelo do sistema solar, protegido por uma redoma de vidro. Era uma bela peça; cada uma das luas cintilantes estavam dispostas em torno dos nove planetas e do sol esbraseado, todos suspensos no ar sob o vidro. Acompanhei indolentemente a professora começar a apontar o ângulo fascinante que Marte formava com Netuno. A fumaça muito perfumada o envolveu e a brisa vinda da janela brincou pelos nossos rostos.
Então comecei a ouvir um inseto zumbir suavemente em algum lugar atrás da cortina.

De repente ouço um barulho alto como se tivesse caído algo naquele chão de madeira. E realmente havia caído; Harry tinha entrado em alguma espécie de transe muito intenso. O garoto rolava pelo chão enquanto apertava sua cicatriz, foi sinistro. Até que ele finalmente parou; parecia ter desmaiado.

— Harry! Harry! — sibilei enquanto tentava fazê-lo acordar junto com Rony e a Professora Trelawney.

Harry abriu os olhos. Estava caído no chão da sala cobrindo o rosto com as mãos. Seus olhos chegaram até a lacrimejar. A turma inteira estava parada à volta dele, e Rony se ajoelhara do meu lado, com uma expressão de terror no rosto.

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