capítulo dez

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Um suspiro de tédio esvaiu dos lábios rosados da Choi ao ver o aviso pregado na porta de seu armário informando sua realocação. Era a terceira vez. Não havia muito o que fazer senão retirar seus pertences dali e levar ao novo armário.

— Está de mudança, Innie? — Wooyoung aproximou-se seguido por Yeosang. Eles estavam sempre juntos.

— Estou. Pela terceira vez em menos de quatro semanas. — Resmungou mau humorada olhando-o de canto.

— Uma mudança a cada 5 dias? — Murmurou o loiro, sendo totalmente ignorado logo em seguida.

— Sinto muito, vamos mudar de assunto pra não relembrar você desse triste fato. Como foi seu fim de semana?

— Foi... normal. — Respondeu simplista, também não queria falar sobre aquilo.

Vindo da direção oposta, passaram pelos três Mingi e Yunho, que sorriu discretamente ao cruzar olhares com Jeongin. Ela retribuiu com um tímido curvar de lábios, então ambos seguiram seus trajetos.

— Tá, o que foi isso? — Questionou o Jung, alternando o olhar entre os amigos. Yeosang permaneceu impassível, mas Jeongin escondia o rosto detrás daquela pilha de livros. — Choi Jeongin, não faça a desentendida pra mim, eu sei que não estou vendo coisas!

— Você deveria experimentar usar óculos, são invenções, sem dúvida, revolucionárias. — Ela afirmou mantendo o olhar fixo à frente. Kang segurou um risinho.

— Isso aí, me trate desse jeito! Com o Yeosang é "Yeonie oppa", troca de mensagens e até cozinha pra esse folgado, mas comigo são apenas maus tratos! — Uma expressão birrenta tomou o rosto de Wooyoung, que também cruzou os braços.

— A culpa é minha se a Innie gosta mais de mim? — O loiro retrucou.

— Yeo, por favor, não provoque mais nosso bichinho ciumento, ele só está querendo um pouco mais de atenção. — Jeongin falou direcionando o olhar para o rapaz.

— Escutem aqui, eu não sou um bichinho, muito menos ciumento! Estou exigindo direitos iguais! — O tom de voz do moreno carregava uma irritação cômica. — De qualquer forma, o mais importante agora é: o Yunho sorriu pra Innie passando pelo corredor.

— Como pode ter tanta certeza de que foi pra mim? Vocês dois são mais amigos dele do que eu. — Embora falasse com a típica calmaria, Jeongin estava prestes a surtar por dentro.

— Eu só tenho certeza, a gente sabe quando o sorriso é pra nós. — Deu de ombros. — Você viu aquilo, não viu, hyung?

— Não. Além do mais, não é como se ele e a Innie fossem completos desconhecidos. O que tem demais um sorrir pro outro?

— Exatamente, obrigada, Yeo. — A garota parou em frente ao armário e pôs os livros apoiados no antebraço, para abrir a porta com a outra mão.

— Não, não, não. Vocês são muito fatalistas, eu tenho certeza absoluta que ele sorriu pra ela! — Jung insistiu, batendo o pé no chão.

— Woo, já percebeu que, quando quer muito que algo aconteça, você começa a perceber detalhes irrelevantes pra criar conspirações? — Jeongin olhou-o de relance, logo passou a colocar os livros dentro do armário com a ajuda de Kang.

— Eu não faço isso! — Exclamou, como se fosse óbvio.

— Faz sim, estava fazendo agorinha mesmo. — Yeosang afirmou despretensiosamente.

— Ah, claro que você concorda com ela, vocês dois têm um complô contra mim!

— Você sempre reclama tanto, por isso que a Innie gosta mais da minha amizade. Agora, o que acha de nos ajudar um pouco aqui?

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