Sábado, Universidade Nacional de Seoul, 2:35 p.m.
— Agora entendo porque não queria ter aulas comigo. Já é fluente e só estava sendo modesta. — Disse Park Seonghwa, erguendo a vista do livro de exercícios para a morena ao seu lado, que riu sem graça.
— De modo algum, eu só não queria incomodá-lo. — Juntou as mãos sob a mesa, deslizando os dedos um no outro levemente nervosa. Park meneou a cabeça à sua intrínseca maneira serena.
— Não incomoda. É bom passar tempo com você. Q-quero dizer, você é uma companhia agradável. — Era a primeira vez que Jeongin via o universitário tropeçar numa palavra, e achou particularmente adorável.
— Também acho sua companhia agradável. À propósito, você é sempre tão calmo, espero que sua aula tenha passado essa característica pra que eu possa utilizar na hora prova.
A brincadeira provocou um sorriso aberto no outro e, por um segundo, a Choi notou o quanto aquele sorriso caía bem nele.
— Eu não nasci assim, então é algo que você pode aprender. E já vi que pode aprender qualquer coisa.
Jeongin corou pelo elogio proferido a si, desviando o olhar inevitavelmente para uma das estantes imponentes organizadas em fileiras perfeitas.
— Escuta, se não tiver comido a sobremesa ainda, podemos para numa confeitaria na volta. Conheço uma que tem opções deliciosas.
— Eu estava mesmo com vontade de comer algo doce. — Jeongin respondeu um tanto pensativa. — Tudo bem, mas só se me deixar pagar dessa vez!
Uma risada frouxa escapou dos lábios de Seonghwa como um sopro e ele mudou a postura, apoiando os antebraços sobre a mesa de madeira cor de capuccino.
— O que tem demais em aceitar uma gentileza, Jeongin?
— Não é uma gentileza, já são duas. Se continuar aceitando, vai chegar um ponto em que não vou mais poder retribuí-lo. — Justificou, fazendo o rapaz achar graça em seu jeito sério de falar. — Do que está rindo? Seonghwa! Não é uma brincadeira. — Franziu o cenho e comprimiu os lábios num biquinho. Park virou o rosto ao lado contrário, para que ela não ficasse ainda mais chateada por ele estar rindo.
— Desculpa. É só que... — Pigarreou, ao que recompunha-se. — ... é que uma gentileza, você não tem que retribuir, e você é engraçada quando fica assim.
— Assim como? — Cruzou os braços, erguendo uma das sobrancelhas, então o mais velho fechou a cara, como se a estivesse imitando. — O quê? Eu não fico assim!
— Claro que fica! — O outro insistiu entre risos. — Sua boca encolhe, mas suas bochechas ficam infladas. — Ele gesticulava ao falar, mas Jeongin sacudia a cabeça numa negação austera, que também era divertida de se ver. — Não vai acreditar em mim, já entendi, você tem opiniões fortes.
— Sim, eu tenho. — Assentiu com um gesto firme de cabeça. — E, na minha opinião, deveríamos ir logo para pegar as melhores sobremesas.
— E, na minha opinião, está completamente certa! — Num segundo, levantou, em seguida fechou os livros e cadernos com delicadeza, ajudando-a a colocar de volta na bolsa.
Os dois saíram quase saltitantes da biblioteca. Eram como duas formiguinhas a caminho de um grande cubo de açúcar.
Não demorava para pegar um metrô em Gwanak-gu. Era um distrito muito movimento, sobretudo pela presença da Universidade, por isso sempre havia um vasto horário para embarcar no transporte e ir pra qualquer lugar de Seul.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Paper Hearts ⇾𝐉𝐘𝐇
Fanfiction[CONCLUÍDA] Choi Jeongin sempre quis viver um romance digno de um Jane Austen, entretanto, sua vida tornou-se um completo caos ao topar ser a protagonista de um romance clichê com Jeong Yunho.