capítulo vinte e seis

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Park Seonghwa, o vizinho de Jeongin, e responsável por toda aquela situação, estava calmamente tomando um café enquanto esperavam um médico vir para chamá-los. Sua tranquilidade incomodava Yunho, que não conseguia entender como poderia ficar desse jeito mesmo tendo causado um transtorno enorme.

— Você também quer um café? — Perguntou o mais velho, desviando o olhar para si ao beber mais um gole da bebida quente.

— Não, eu não bebo café. — Murmurou sério, mudando a postura para apoiar os cotovelos nas coxas.

— Então deveria beber um pouco d'água, parece nervoso. — Bebeu outro gole de café.

— E como eu deveria estar?

— É normal ficar assim quando algum amigo está...

— A Jeongin não é minha amiga. — Jeong o interrompeu amargo. Seus olhos voltaram para o pequeno filme fotográfico que havia pegado na carteira quando entregou os documentos à recepcionista.

— Ok, namorada, então? — Questionou Seonghwa, percebendo a foto meio sem querer.

Yunho parou por um instante em silêncio absoluto. Certamente nem ele, nem Jeongin sabiam mais o que eram um do outro, mas, desde que lembrava, eles tinham um relacionamento sério — ainda que fosse falso, Seonghwa não precisava saber disso.

— Sim, ela é minha namorada. — Disse por fim, olhando de soslaio Park assentir.

— É normal ficar assim quando amigo, namorada ou alguém próximo está no hospital, mas é um quadro clínico comum, tenho certeza que ela já está bem e só estão fazendo exames de rotina. Acredite, a Jeongin está no melhor lugar possível.

— Melhor lugar possível? Está se ouvindo?

— Claramente. Pra onde você iria se estivesse tendo uma reação alérgica? — O moreno voltou-se para Yunho, que resmungou em desdém e tornou a encarar a foto em mãos. Odiava o fato dele estar certo. — Ela está sendo bem cuidada agora, daqui a pouco um médico vai mandar nos chamar.

Tudo o que Jeong queria era falar o que pensava para Park Seonghwa e dar um soco na sua cara de expressão inerte, pois aquilo era culpa dele, por ter dado um bolo com amendoim à garota.

As portas automáticas de vidro abriram assim que os Choi aproximaram-se, adentrando o hospital. Yunho logo ficou de pé e, após uma simples dedução de que aquela seria a família de Jeongin, Seonghwa fez o mesmo.

— Cadê a Innie? Cadê a minha irmã? — Indagou San, vindo até ambos apressado, os olhos correndo por cada centímetro do hall de entrada.

— Ainda não sei, nenhum médico veio aqui até agora. — Afirmou o acastanhado. As sobrancelhas franzida demonstravam sua preocupação.

— É bem provável que ela já esteja na enfermaria, fazendo mais alguns exames. — Park completou, dando um passo à frente. — Olá, senhor e senhora Choi, San e Jongho. Eu me chamo Park Seonghwa. — Virado para os quatro, curvou-se numa reverência formal.

— Olá, eu sou Choi Joeun. Olá Yunho. — A mãe acenou com a cabeça para ambos. — O que houve, afinal? — Ela também emanava algo de tranquilidade, tal como Jeongin.

— Estava ajudando Jeongin com as lições de francês e sugeri que a gente fosse comer alguma coisa depois. Acabei dando a ela uma torta com amendoim, por acidente. Peço perdão pela irresponsabilidade. — Após justificar a infeliz coincidência, o moreno reverenciou mais uma vez a família, num pedido de desculpas.

Observando tudo em silêncio, Yunho ergueu as sobrancelhas e conduziu o olhar na direção da senhora Choi, ansioso por sua reação.

— Ah, não precisa se desculpar, essas coisas acontecem, principalmente se você não tinha como saber da alergia. — A mais velha esboçou um sorriso amável, gesticulando para que o rapaz levantasse. Yunho suspirou baixinho, decepcionado com o fato de Park ter sido absolvido tão rápido.

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