capítulo dois

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Já era de manhã quando Jeongin abriu os olhos novamente. De algum modo, ela estava em sua cama, porém lembrava de ter adormecido no sofá. Enfim, levantou e olhou em volta. Jongho não estava mais no quarto, então, a passos preguiçosos, aproximou-se da cama de San.

— Sanie, acorde. — Balbuciou sem entusiasmo algum. O garoto nem mexeu. — Vamos, San, não me faça ir até aí. — Um bocejo escapou ao fim da frase, enquanto o irmão continuava dormindo, ou fingindo que não estava ouvindo. — Ok, você quem pediu.

A Choi caminhou rumo à cama e deitou-se por cima do irmão, que soltou um grunhido baixinho.

— Qual é, Innie, eu já tinha ouvido desde a primeira vez. — Choramingou, embora cobrisse a mais nova usando uma das mãos de forma desajeitada.

Ambos permaneceram daquele jeito, numa linha tênue entre estar dormindo e acordado, até Jongho entrar no quarto.

— Não acredito que ainda estão assim! Hyung, noona, acordem!

Os dois preguiçosos resmungaram bastante mal humorados, então Jongho percebeu que não havia muito o que fazer senão retirá-los dali à força. Começou pela gêmea, pegando-a e, sem esforço algum, colocando sobre um dos ombros ao tempo que ela fazia tentativas frustradas de soltar-se.

Com a outra mão, retirou o lençol de cima do mais velho e puxou seu pé até que ele estivesse com metade do corpo pra fora cama.

— Agora vamos, ou chegaremos atrasados. — Disse, pondo Jeongin no chão e saindo do cômodo para ajudar o pai com o café da manhã. A garota arrastou-se até o banheiro a fim de tomar um banho que pudesse despertá-la.

Os Choi tinham o costume de tomar café juntos, claro, com a ilustre presença de Jung Wooyoung, o qual sempre aparecia de surpresa na hora mais conveniente possível. A família já não estranhava, pois ele fazia isso desde que começara a frequentar a mesma escola que os três irmãos.

— Bom dia, família! — Jung cumprimentou ao entrar, sua voz ecoava por todo o apartamento. — Hoje o dia está lindo, não acham?

— Não sei, ainda não saí de casa. — Retrucou San, colocando uma xícara extra na mesa.

— As janelas não estão aqui por acaso, San. — Sorriu de forma irônica e revirou os olhos.

— Woo, bom dia! — Jeongin cumprimentou assim que viu o amigo. Ela fora recebida na cozinha com um abraço caloroso do moreno.

— Bom dia, Innie, como vai hoje? Dormiu bem e teve bons sonhos? — Levou as mãos às fartas bochechas da garota, as quais apertou delicadamente.

— Vou bem, dormi bem e tive bons sonhos, obrigada por perguntar! — Ela falava com dificuldade por ter as bochechas espremidas.

Todos sentaram à mesa, tomaram um café da manhã agradável em família — e agregado — agora já era a hora de sair. Os quatro amigos despediram-se do sr. e da sra. Choi, então desceram para o térreo, onde esperariam os outros.

Não demorou muito até que a primeira figura aparecesse: cabelos caindo nos olhos vidrados na tela do celular, cadarços desamarrados e a camisa do uniforme ensacada na calça.

— Oi pra você também, ô viciado! — Resmungou Wooyoung. O garoto meneou a cabeça, fazendo pouco caso.

— Yeo oppa, seus cadarços estão desamarrados. — Comentou Jeongin, apontando para seus pés. Ele ergueu a cabeça e demonstrou um sorriso doce.

— Eu sei, é que não deu tempo de amarrar enquanto saía de casa, mas obrigado por avisar, Innie, é bom saber que ainda existem pessoas educadas como você nesse mundo. — Afirmou em tom provocativo, o que fez Wooyoung revirar os olhos, logo em seguida abaixou para amarrar os cadarços.

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