capítulo quatorze

176 28 95
                                    

O barulho do interfone ecoava por todo apartamento à espera de alguém que pudesse atender. Jeongin saiu do quarto apressada, resmungando sobre o porquê San não tinha atendido, porém a cantoria que vinha do banheiro foi um motivo suficiente — ele demorava uma eternidade no chuveiro.

Ao chegar na sala, retirou o interfone do gancho e levou à orelha.

— Alô?

— Srta. Choi?

— Sim, sou eu, senhor Han.

— Estou ligando pra informar que há uma encomenda na portaria, endereçada para seu apartamento. Não caberia na caixa de correio, então deixaram aqui.

— Uma encomenda? Hm... okay, estou indo buscar. Obrigada.

— Não tem de quê. 

Quando a ligação foi encerrada, ela pôs o telefone de volta no lugar e saiu rumo ao térreo.

O porteiro a recebeu com seu rotineiro sorriso simpático e entregou a dita encomenda: uma caixa envolvida nos papéis do correio e nada mais. Aquilo a deixou curiosa, pois não lembrava de ter comprado alguma coisa nos últimos tempos, nem de ter ouvido seus irmãos ou pais comentarem algo.

— Obrigada, senhor Han, tenha um bom dia! — Disse, enquanto andava de costas em direção ao elevador. O homem permaneceu acenando até que ela entrasse.

Ao entrar no apartamento, a primeira coisa que fez foi sentar no sofá com a caixa sobre o colo, a fim de abrir. Sua curiosidade só crescia a cada instante.

— O que é isso? — Perguntou San, sentando ao seu lado enquanto enxugava os cabelos molhados.

— Não é seu? O senhor Han disse que tinha chegado hoje, endereçado pra nosso apartamento.

— Não, será que é do Jongho? Ou da mamãe e o papai? 

Jeongin torceu os lábios para o canto e franziu o cenho. Os irmãos permaneceram calados em reflexão, até que o barulho da chave na fechadura os trouxe de volta à realidade, logo Jongho entrou.

— Jongho-yah, você comprou algo que chegaria pelos correios? — Ela indagou apressada.

— Oi, pra vocês também. — Disse, enquanto retirava os sapatos.

— Oi. Comprou algo que chegaria pelos correios, esses dias? — Insistiu. 

— Não comprei. — O mais novo sentou ao seu lado, fitando atento a caixa embrulhada no papel amarronzado que repousava no colo da irmã. — O que tem aí?

— Não sabemos. — San respondeu, sem retirar os olhos do objeto. — Deveríamos abrir.

Os três pares de olhos curiosos encaravam a caixa, como se lá dentro pudesse ter literalmente qualquer coisa, desde um inofensivo utensílio de papelaria, até uma bomba armada, pronta para explodir ao primeiro corte da embalagem. 

A campainha tocou, assim fazendo-os olhar para a porta ao mesmo tempo. Eles entreolharam-se por segundos a fio, jogando silenciosamente  a responsabilidade de abrir a porta um para o outro, até que Jeongin bufou impaciente e levantou. Do lado de fora, esperava um rapaz alto de cabelos negros e a pele um tanto bronzeada, a qual lhe furtou o ar por um instante. 

— O-olá. Posso ajudá-lo? — Ele estava encarando o corredor e voltou a atenção para si quando ouviu sua voz. Os lábios da menor entreabriram ao vislumbrar o quanto o rapaz também era bonito de frente. 

— Oi. Choi Jeongin? — Perguntou, mostrando-lhe um sorriso cativante, cheio de dentes absurdamente límpidos.

— É-é. Por quê? — Ela devia estar encarando-o impressionada, mas não conseguia parar, portanto, torcia para que ele não notasse. — D-digo, sou eu, posso ajudar o senhor?

Paper Hearts ⇾𝐉𝐘𝐇Onde histórias criam vida. Descubra agora