capítulo trinta e cinco

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— Jeongin-ah! — Yunho chamou, embora soubesse que seria em vão. Ao tentar segui-la, Mingi o conteve.

— Não acho que seja uma boa ideia ir até lá.

— Eu realmente não me importo com o que você acha. Preciso falar com ela. — Ele estava decidido quanto a isso e nem mesmo o olhar ameaçador que vinha de San o fez hesitar. — Se for me bater de novo, anda logo. Não quero acabar perdendo a Jeongin.

— Você não tem o mínimo de senso falando isso pra mim? — O Choi indagou, ainda de punhos cerrados.

— "Senso" é a última coisa que me preocupa agora. Olha, San, não sei se já te disseram isso alguma vez, mas sua irmã está crescendo. Vai se formar, ter a própria vida e, quem sabe, até casar. Acha mesmo que pode controlar por quem a Jeongin se apaixona? Mesmo que consiga fazer isso agora e eu não seja a escolha dela, o que pretende fazer quando aparecer outra pessoa? Porque, não se engane, com certeza, vai aparecer alguém que deseje passar seus dias com a garota incrível que é a Jeongin. Sua atitude egoísta só me faz questionar se você realmente conhece a sua irmã.

— YA! — Gritou San, apontando o dedo em sua direção. — Como ousa dizer que não conheço minha própria irmã?!

— Se você tivesse a mínima ideia de como os olhos da Jeongin brilham quando estamos juntos, não estaria se sentindo tão traído por mim. Se conhecesse sua irmã e soubesse o quanto nos gostamos, não deixaria seu cuidado se tornar sufocante.

Tudo o que San conseguia fazer era se deixar ser consumido pela própria raiva. Não via sentido no que Yunho estava falando, mas, ao mesmo tempo, parecia ser um raciocínio simples, que qualquer um poderia fazer. Choi San não queria acreditar que era esse vilão que o melhor amigo, ou ex melhor amigo, estava pintando ali.

Em meio a um suspiro baixo, Jeong enfiou as mãos nos bolsos e saiu, dando as costas para quem quer que ainda estivesse lá. Mingi, contudo, o seguiu.

— Por favor, não me diz que está indo atrás de Jeongin agora.

— Tudo bem, não vou dizer.

— Hyung, é uma péssima ideia.

— Não que eu só tenha tomado ótimas decisões até agora.

Song bufou e apressou o passo, andando, agora, ao lado de Yunho.

— Yun, sério, pode acabar estragando tudo se for até ela.

— O que aconteceu com todo aquele papo de "não solte tudo ao vento", "não faça parecer que não se importa"?

— Era uma situação diferente, cara. — O mais novo argumentou, impaciente. — Uma bigorna acabou de cair bem cima da cabeça dela.

— Só que ela não precisa segurar todo esse peso sozinha.

— E o que te faz pensar que ela vai aceitar justamente a sua ajuda? — Yunho desviou o olhar e entreabriu os lábios, sem querer admitir que o outro tinha razão. — Tem que saber a hora de avançar e de recuar. Os nervos ainda estão à flor da pele, tudo o que vai conseguir é piorar a situação. Quando a poeira baixar, aí sim vai ser a hora de correr atrás, fazer o que estiver ao seu alcance. Mas, agora, não.

Yunho largou um suspiro pesado, dotado de certo cansaço. Ele não queria recuar, não queria deixar a poeira baixar, não queria passar mais um segundo tendo conhecimento de que Jeongin estava magoada consigo — de novo.

— Mingi-yah, acredita em mim, não é? — Questionou, encarando os próprios pés, depois ergueu o olhar para Song. — Acredita que não tenho nada a ver com isso? Que não fui eu quem causei essa confusão toda...

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