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Enfim dia 23, quase Natal. Meu bebê não aguentaria de ansiedade se demorasse mais; mamãe, Emma e eu viajamos cedo para o rancho. Ruby e Zel iriam depois.
- Chegamos meu amor. Falei assim que mamãe e eu descermos do carro, abri a porta traseira, tirando Emma da cadeirinha e a pegando no colo.
- Boa tarde Dona Cora e Dona Regina.
- Olá Gus. Como estão as coisas por aqui? Onde Blue está? Mamãe perguntou.
- Tudo ótimo Dona Cora. O Pongo e eu cuidamos direitinho daqui, não é garotão. Falou enquanto afagava as orelhas de seu cachorro.
- E tia Blue tá na cozinha.
- Tachoooorrinho mommy! Emma se agitou querendo descer.
- Ela pode passar a mão nele Gus? Eu perguntei.
- Pode sim Dona Regina. O Pongo é mansinho e adora crianças.
Coloquei Emma no chão e ela me puxou para perto do cachorro que ficou parado esperando ela se aproximar só abanando o rabo.
- Tachooorrinho bonitinho! Ela se aproximou devagar mas assim que ela levantou a mãozinha o cachorrinho pulou encima dela, ele lambeu o rosto dela de cima a baixo enquanto minha bebê ria feliz.
- Pongo! Sossega garoto. Ele disse puxando o cachorrinho de cima dela.
- Nonono té bincá com o tachorrinho mommy. Ela disse me olhando.
- Depois, agora nós vamos entrar e procurar a vovó
- Nonono bincá.
- Vem no colinho da mommy. A puxei para os meus braços.
-Gus, você pode levar as malas para os quartos?
- Sim Dona Regina.
- Obrigada.
Entrei na casa com Emma choramingando que queria bincá.
- Vamos ajudar a vovó? Daqui a pouco tia Ruby e tia Zel chegam.
- Tem natal hoje mommy? Ela perguntou e eu podia ver a ansiedade nos olhinhos dela.
- Tem sim. Quem quer ver o Papai Noel?
- Emma té! Ela disse levantando os bracinhos.
A coloquei no chão e segui para a cozinha de mãos dadas, com ela tagarelando sobre Natal e Rudolph e biscoitos com leite para o Rudolph.
- Precisa de ajuda mamãe?
- Olá Blue.
- Dona Regina. E quem é essa princesinha?
- Emma é pincesa. Não é mommy?
- É a princesa mais linda do mundo! Eu bagunçando o cabelinho dela.
- E a princesa gostaria de um cookie com gota de chocolate e canela? Blue perguntou e ganhou um aceno agitado dela.
- Aqui. Disse entregando um guardanapo com o cookie e um copo com leite.
- Não té esse mommy. Apontou para o copo.
- Não precisa beber, ok? Sentei e a coloquei nas minhas pernas fazendo carinho enquanto ela comia o biscoito.
- Assim que acabar de comer vamos montar a árvore de natal. Quer?
- Téééé. Falou engolindo o biscoito de uma só vez e engasgando, começando a tossir.
- Emma! Levantei com ela e bati nas costinhas dela. Nada! Ela continuava engasgada.
- Mamãe! Eu chamei a e atenção dela e de blue, Emma estava ficando rosa já.
- Regina! Mamãe falou alto vindo em nossa direção e Blue começou a rezar - eu acho.
Enfiei o dedo na boca dela com medo de machucar mas não sabia mais o que fazer. Ela estava ficando vermelha e sem ar, me lembrando dia do milk-shake.
Com meu dedo na garganta ela começou a ter ânsia e vomitou encima de mim, respirando fundo e soltando o choro mais alto que eu já ouvi vindo dela.
- MOOOMMY! DODÓI. Chorava se agarrando ao meu pescoço fazendo a maior bagunça uma vez que eu estava suja. Nem liguei o que me importava realmente estava chorando entre os meu braços e grudada ao meu corpo, tremendo.
- Shishi já passou. Foi sustinho. A mommy tá aqui. Eu falava enquanto ninava ela e não sabia dizer se tentava acalmar meu bebê ou eu mesma.
Entrei em transe acho, pois fiquei ninando ela, falando “tudo bem” até mamãe me parar e me abraçar me tranquilizando.
- Meu amor, ela tá bem. Acalme-se, sim? Beijou minha testa.
- Você agiu muito bem. Agora vá lá banhar e dar banho nessa bebê e depois deitem e descansem. As duas!
- Farei isso.
Segui para o quarto com Emma ainda fungando. Entrei direto no banheiro, me despi e despi Emma.
- Tolinho mommy.
A peguei no colo novamente e entrei no box. Emma não tinha a intenção de descer tão cedo então sentei embaixo da ducha com ela agarrada como um coala. Deixei a água bater em nós duas por um bom tempo, depois nos limpei e saímos. Coloquei somente um roupa felpudo por cima e tentei enrolar Emma na toalha.
- Nonono. Falou balançando a cabeça em negação e começou a chorar agarrando as minhas pernas.
- A mommy tá aqui. Abri o roupão e puxei Emma para meu colo, deixando nossos corpos juntos e fechei o roupão. Ela deitou a cabeça no meu peito.
- Amo você. A mommy não vai deixar nada de ruim acontecer com meu bebê. Falei ninando ela novamente.
- Amo mommy. Ela disse me olhando, dei um beijo na cabecinha dela, que estava abaixada procurando e encontrando meu seio, logo começando a mamar.
Uns minutos depois ela dormiu e eu fiquei com ela na mesma posição, só que resolvi deitar nossa cama e me deixei acalmar naturalmente do susto. Meu bebê daquele jeito, meu coração apertado e angustiado, mas agora tudo estava bem.
E ter criança em casa é sempre “esperar o inesperado” mas também é aprender a amar de verdade e conhecer um amor que nunca imaginei existir.
Antes de dormir, pensei como um lembrete: jogar todos os cookies dessa casa fora.

MOMMYOnde histórias criam vida. Descubra agora