Quando a noite chegou banhei Emma e tive que deixar ela sentada num banquinho dentro do banheiro enquanto me banhava porque ela não queria se afastar de mim.
- Prontinho. Agora sonecar pra sarar os dodóizinhos não é meu amor? Disse pegando ela nos braços.
- Não! Dumi não-oo. Bocejou.
Ajeitei uma Emma só de fraldas na cama - ela se negou a usar pijama - e apaguei as luzes deixando somente o abajur aceso, me deitei junto ao meu bebê e nos cobri.
Emma já estava sonolenta então só coloquei a chupeta na boca dela e assisti ela lutar contra o sono por quase uma hora. Nesse tempo ela: chorou, resmungou, chorou, sentou na cama, deitou no chão, brincou, cantou e finalmente voltou para a cama e dormiu.
- Boa noite bebê. A mommy te ama. Beijei a testa dela e logo estava dormindo também.
Acordei com Emma se debatendo em um pesadelo. Chorando alto e gritando me chamando.
- Ei bebê! A mommy tá aqui. Falei tirando os cabelinhos suados da testa dela.
Ela abriu os olhos mas estavam sem foco. Continuei passando a mão no rostinho dela e pude reparei o quanto ela estava fria.
- Regina? Mamãe entrou no quarto preocupada.
- Mamãe, ela está tendo um pesadelo e está muito fria!
Mamãe encostou nela e concordou comigo.
- Sabe o que parece? Medo. Parece que ela está com medo.
- Meu Deus mamãe. Ela nunca agiu assim. Foi só David aparecer!
Enrolei Emma num edredon e a peguei nos braços. Fiquei ninando ela enquanto mamãe preparava uma mamadeira com de chá de camomila.
- Aqui meu amor, dê a ela.
- Espero que ela acalme com isso mamãe.
- Eu também meu amor. É horrível vê-la assim.
Coloquei Emma na cama e tirei minha camisola me enrolei com meu bebê no edredon, nos deixando em contato pele com pele. Mamãe nos olhava preocupada.
- No hospital esse contato de pele ajudou ela a ficar tranquila.
- Muito bem pensado querida. Eu vou ficar aqui vocês hoje. Mamãe disse pegando outro edredon para ela e se deitando ao nosso lado.
Emma pegou o bico da mamadeira com a mesma afobação que andava pegando o peito e isso me deixava tão preocupada.
- Bebê da mommy! Eu estou aqui, com você.
- Eu amo você Emma.
Fiquei falando no ouvidinho dela e a aconcheguei em meu corpo. Já era mais de três da manhã quando Emma conseguiu dormir – aparentemente sem pesadelos.
Acordei com Emma falando alguma coisa meio abafado por causa da chupeta rosa a que estava na boca. Resolvi ficar quieta e escutar meu bebê fofo conversando com a boneca que agora repararei estar deitada do outro lado dela.
- Mommy ta ati Elsa, não pecisa ficá com medinho.
- Emma tamem tá com medinho, só um tiquinho.
- Não té ficá sem mommy! Não té!
- Emma, você não ficar sem a mommy! Falei puxando ela para cima do meu corpo e apertando ela num abraço.
- David disse que Emma vai embolá com ele. Não té mommy!
- Quando ele falou isso? Conta pra mommy falei tirando a chupeta da boca dela.
Ela se ajeitou no meu corpo e enfiou a mãozinha dentro da minha blusa. Realmente contato fazia milagres.
- No alô. Emma pegou e falou alô quando fez balulo.
- E a vovó não foi ver o que era?
- Vovó tá namolando lá foia! Ela disse dando uma risadinha sapeca.
- Olha pra mommy agora meu amor.
Ela me olhou com os olhinhos verdes inocentes.
- Não importa como, você vai ficar comigo meu amor. Pra sempre.
- Sempe?
- Sempre meu bebê!
Quando desci com uma Emma sorridente nos braços já era hora do almoço.
- Olá George. Mamãe.
- Vovó tava namolando.
- Shiu quieta bebê. Mamãe piscou pra ela que se escondeu no meu pescoço.
- Olá Regina. George disse.
- Querida após o almoço vocês tem consulta com o Dr Archer.
- Certo, obrigada mamãe.
- Vamos almoçar?
- Papa mommy!
Seguimos para a cozinha e almoçamos tranquilamente - minha bebê estava bem por hora e eu faria de tudo para que fosse assim sempre.