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Dr Archer pegou o desenho de Emma e o examinou atentamente enquanto ela apertava minha não em expectativa. Ele sorriu para minha bebê e entregou o bombom a ela.
- Ficou muito bom e você desenha muito bem Emma, ainda mais com uma mão só! Parabéns ! Ele falou entregando o bombom pra minha bebê.
- Olha mommy! Emma ganhô tocolate!
- Como fala?
- Obigada. Abe mommy? Me entregou o bombom.
Abri a embalagem e entreguei o chocolate na palma da mãozinha sem o gesso. Era fofo ela comendo chocolate pois dava mordidinhas pequenas e se sujava toda.
-Porque não a coloca no sofá para que coma esse chocolate gostoso?
- Pode ser bebê? A mommy precisa falar com o Dr Archer.
- Uhum. Respondeu interessada mais no chocolate que em mim. A coloquei no sofá e voltei para o Dr Archer com o semblante preocupado.
- E então Dr Archer?
- Quando Cora me ligou para marcar a consulta ela me contou resumidamente o que aconteceu.
- O irmão dela voltou...saiu do coma...sei lá. Disse impaciente.
- E veio atrás da irmã? Ele falou.
- Sim, mas não sei o porque ele a quer.
- Como assim? Me explique.
- Ele é brusco com ela. Um grosso. Não a trata com carinho de irmão e ela está diferente com essa proximidade dele.
- Explique diferente. Ele anotava algo no papel.
- Ela está agitada. E mais grudada comigo do que antes. E com medo. Acorda a noite chorando.
Ele ficou pensando por alguns minutos com os olhos vidrados no desenho de Emma.
- Veja o que ela desenhou. Me mostrou o papel.
Havia muito preto. Preto rabiscado no papel com certa força. Sobre os bonequinhos com a cabeça na cor amarela o preto estava tão forte em alguns pontoa que o papel quase rasgou. E afastado havia outro bonequinho, mas com a cabeça na cor preta embaixo de uma árvore azul e com corações pintados de verde ao redor. Acho que meu rosto estava branco olhando aquele desenho.
- Ela está com raiva. Dr Archer pontuou. – E com medo.
- Não quero que ela tenha esses tipos de sentimentos. Eu estava agoniada. – Meu bebê é a pessoa mais inocente e amorosa que conheço. E não merece sentir isso.
- Ela é Regina. Mas não com o irmão.
- Não. Ela nem olha pra cara dele direito.
- Sabe, crianças são transparentes demais com seus sentimentos. E são ótimas para medir caráter. Ele me olhava intensamente.
- Eu não gosto dele.
- Imagino que não.
- Não é pelo motivo que está pensando. Ele me encarou com o olhar de quem diz “sei!”.
- Ok. Não é somente porque ele quer me tirar Emma. Eu entenderia – sofreria, mas entenderia – se ele fosse “O irmão”, se eu visse amor nos olhos dele quando a olha, visse paciência para cuidar dela.
-Mas...Dr Archer pressionou.
- Eu vejo raiva nos olhos dele quando a olha. E o jeito como a trata me faz querer tacar uma bola de fogo naquela cara dissimulada.
- Temos uma leoa protegendo a cria aqui pelo que vejo.
- Ela é minha filha. Filha do meu coração.
- Eu entendo, e vejo a relação de vocês benéfica para as duas.
- Mas isso virou ima sessão minha ao invés do meu bebê? Não parece. Brinquei pois já queria chorar.
- Seu bebê está no sono dos inocentes ali no meu sofá.
Me virei encontrando Emma toda largada no sofá e com o rostinho lambuzado de chocolate.
- Ela não está dormindo bem. Falei me levantando e indo até ela.
- Pesadelos?
- Sim. E muito choro.
- Deite uma hora antes com ela e faça massagem - Shantala é ótimo e no caso de vocês mamãe/criança é o indicado.
- Já ouvi falar em Shantala.
- Que bom. E na internet mesmo tem uns sites ensinando.
- Farei isso. Podemos ir? Preciso limpar meu porquinho. Olhei para Emma.
- Pode sim, e qualquer coisa me ligue.
- Obrigada Dr Archer. Me despedi e já peguei Emma nos braços.
Cheguei em casa e Emma ainda dormia e mamãe havia saído com George. Sorri lembrando de Emma falando “ta namolando”.
Coloquei Emma na cama e resolvi preparar um banho na banheira. Nós estávamos precisando relaxar um pouco.
Arrumei tudo e fui acordar meu bebê.
- Vamos acordar bela adormecida? Falei baixinho no ouvido dela fazendo carinho nos cabelos loiros.
- No mommy. Dumi.
- Ahh, a mommy arrumou tudo na banheira pra gente tomar um banho bem gostoso. Mas eu vou fazer isso sozinha então.
- Emma té i na banhela mommy. Ela disse se sentando e coçando os olhinhos.
- Então vamos! Eu disse indo em direção ao banheiro.
- Mooommy! Leva Emma tamem.! Choramingou esticando os bracinhos na minha direção.
A puxei para meu braços e beijei sua bochecha.
- Linda da mommy.
- Tem patinho! Ela gritou apontando para os brinquedinhos na banheira.
Tirei a roupa dela, passei o filme plástico no gesso e a coloquei dentro da banheira. Ela ficava feliz sempre que tinha banho na banheira. Entrei também e fiquei relaxando vendo meu bebê feliz com tão pouco.
- Amo você. Ela ouviu, sorrindo pra mim e vindo para perto.
- Pa sempe?
- Sempre!

MOMMYOnde histórias criam vida. Descubra agora