As coisas se acertam, basta deixar

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— Eu esperava mais de você! — Seokjin não conseguia conter as lágrimas. — Achou mesmo que eu ficaria feliz em saber que meu filho virou uma mercadoria? — Ele não queria escutar aquelas palavras. O rosto sem expressão alguma deixava tudo muito mais difícil. — Taehyung me contou… Você virou uma decepção Seokjin.

O ar se tornou pesado, entrando com dificuldade em seu pulmão e saindo mais rápido do que entrou. Seu peito ardia e o aperto seguinte foi o suficiente para ele arquear um pouco as costas. Sentia todo seu corpo entrar em colapso, enquanto sua mãe ainda estava com o olhar acusador e sem compaixão.

— O que seu pai diria?! — Aquela pergunta doeu, ele não respondeu. Já fazia algum tempo que seu pai não estava mais entre eles. Talvez, seu pai fosse contra tudo que estava acontecendo atualmente. — Me diga! O que ele diria?!

— Omma… — Murmurou sentindo o peito apertar cada vez mais. — Por favor…

Suas pernas queriam perder as forças, a pouca que ainda tinha. Ele pediu em súplica com o olhar, mas o revirar dos olhos quase que assassinos de sua progenitora fez o seu estômago embrulhar. Ela não o entendia e sequer, pretendia entender sua situação.

— Eu fiz… — Tentou explicar mas foi interrompido pela mais velha. 

— Fez o quê? Seokjin, coloque na sua cabeça, você se vendeu! — Ela se aproximou e sorriu ladinho. Levando o indicador e tocando na testa do filho. — Você apenas assinou sua própria cova… Me ajudar? — Perguntou forçando o dedo contra a testa do ômega. — Me poupe, você só fez me envergonhar…

Seokjin experimentava o peso de ter escondido algo de tamanha importância. Sua cabeça parecia pesar a cada segundo que se passava. Ele mentiu? Não! 

O simples fato de sua mãe ao menos não se esforçar para entender o que fez, magoava o ômega.

— Por favor… — Implorou em um fio de voz. — Entenda.

— Entender? Por favor. — Ela sorriu. — Eu nunca vou querer entender isso .

A afirmação cercada de certeza foi o suficiente para que o pânico e ansiedade invadissem sua mente e os pensamentos conturbados, brincassem consigo. O ar se tornou rarefeito, a cada inspiração uma dor… um peso.

Seokjin debateu-se um pouco, e quando finalmente perdeu as forças, ele caiu no chão.

— Seokjin, acorde!

Ele não queria abrir os olhos enquanto escutava os risos frenéticos de sua mãe, ela parecia contente com sua desgraça e isso completava sua aflição.

— Por favor, Seokjin, abre os olhos! — Escutava uma voz diferente de sua mãe, mas não conseguia focar. De maneira alguma abriria os olhos para se deparar com o desprezo da ômega.

— Não. — Balbuciou, as palavras insistindo para permanecer dentro de sua boca enquanto o choro ecoava pelo local. — Me desculpe. — Pediu. O peito doendo com as imagens que a imaginação projetava.

— Por favor, abra! — Seokjin sentiu seu corpo se chocar contra um outro e logo seus olhos se abriram. A luz incomodava seus olhos, o aperto em seu corpo lhe trouxe a realidade.

— Um sonho? — Se perguntou, agradecendo internamente por tudo aquilo ter sido um sonho, ou melhor, um infeliz pesadelo. — Tae?

Taehyung afastou o irmão e o olhou, seus olhos estavam marejados e suas bochechas vermelhas. 

— Que bom, você acordou. — Taehyung falou em desafogo. Suas mãos apertaram o tecido da roupa de Seokjin e logo um suspiro deixou seus lábios. — Você não acordava!

Barriga de Aluguel (Namjin - Mpreg)Onde histórias criam vida. Descubra agora