Barriga de Aluguel (Namjin - Mpreg)

36 - Os anjos moram no céu

Não me matem!!!

Também amo vocês! 

O que realmente é um casamento? Alguns dizem ser um passo certeiro para a maturidade e um rio de responsabilidade, talvez seja, mas nem sempre é. Quando era pequeno, como qualquer outra criança, perguntava de onde vinham os bebês, seu pai, um alfa que se atrapalhava nas próprias palavras ao tentar explicar sobre tal assunto tão "polêmico" empurrava a pequena criança para que Hwasa explicasse.

Era engraçado. Imaginava como seria sua família quando crescesse, afinal o casal que vivia consigo era um exemplo que ele queria seguir e embora soubesse que poderia ser um pouco diferente, Namjoon queria ser um bom alfa para a pessoa que fosse casar com ele, afinal teria um bom professor, seu pai.

Contudo, os nossos desejos fazem partes de sonhos que podem se tornar realidade, ou um terrível pesadelo que consegue arrancar qualquer vestígio de felicidade que emana de nosso corpo. Foi exatamente assim que Namjoon se sentiu quando seu pai morreu. Sendo tão jovem, imaturo e inseguro, Namjoon perdeu a pessoa que embora quebrasse um prato todo santo dia, fazia de tudo para ser um pai presente e mostrava para o mundo inteiro quão orgulhoso era do filho que tinha.

— Talvez você não esteja tão orgulhoso agora, não é? — O questionamento direcionado para a foto perto da lapide mostrava um homem semelhante a Namjoon, mas com os olhos claros e olhos afiados, e com um sorriso que conseguia encantar qualquer pessoa. — Já faz uns dias que eu e Seokjin estamos nos "conhecendo" — Fez aspas com os dedos, mexendo os pés nervosamente. — Lembro que quando eu era jovem, o senhor dizia que eu iria encontrar um ômega perfeito, alguém que conseguiria desestabilizar o "perfil Kim" e fazer os meus dias valerem a pena. Sabe... Encontrei esse alguém — Seu sorriso, embora sincero, era tão pequeno e tímido que só poderia ser visto por uma pessoa que estivesse realmente bem próximo. — Você deve ter visto toda besteira que fiz, acho que toda exigência que a omma estava fazendo, era só uma desculpa. No fim de tudo, eu queria alguém que carregasse o fardo que eu estava carregando — Respirou fundo. Suas emoções misturadas, dificultando sua fala, pois sentia um enorme incomodo em sua garganta. — Contudo, a pessoa que encontrei, me fez querer carregar o fardo dele. Todas as cicatrizes que ele leva, são muito mais profundas que as minhas, e eu consegui fazer algumas piores.

Namjoon conseguia lembrar de maneira tão clara de tudo que aconteceu entre ele e o ômega, que parou de falar por um momento. Fazia dias que estava nesse estado, segurando, apertando e sufocando a saudade que sentia do ômega.

— Fui um idiota com ele — Suas pernas começaram a doer, resolvendo sentar-se perto da lápide. — O senhor sempre me dizia que o dia do meu casamento seria o dia mais feliz da minha vida, mas foi realmente muito confuso, pelo menos para mim. Acho que para o Seokjin deve ter sido um pesadelo. Tinha tantas pessoas... Tantos múrmuros que ainda consigo lembrar dos comentários que escutei uma vez ou outra, mas eu estava encantado com ele, devo confessar. Seokjin merecia alguém melhor do que eu, só que toda vez que imagino alguém com ele, fico angustiado e realmente muito preocupado, ele não gosta quando os biscoitos dele saem queimados.

Sorriu. Estava sendo sincero em cada palavra que saia de sua boca e era levada pelo vento. Sentia-se ligeiramente agitado, mas com uma calmaria que não conseguiria explicar mesmo que tentasse.

— Estamos divorciados e para ser sincero, acho que foi um pouco precipitado, mas foi o melhor — Massageou o dedo que carrega a aliança, ela ainda estava ali, assim como o ômega também carregava o objeto consigo, Namjoon também fazia. — Esse casamento começou errado de todas as formas, por isso, quero fazer algo certo — Olhou ao redor quando o vento ficou mais forte, algumas folhas voaram e o som dos passarinhos era reconfortante. — Hoje, eu quero pedir Seokjin em casamento novamente, dessa vez me sinto pronto para o que vier. Quero ele ao meu lado. Depois que as crianças nascerem, eu vou ajudá-lo a continuar com seu sonho, ele vai voltar a estudar e posso ficar com os bebês — Rapidamente passou a imagem em sua mente: ele segurando um bebê, enquanto outro brincava tranquilamente no tapete com os brinquedos. — Quero fazer parte de qualquer jornada que ele for fazer, não como participante, mas como um suporte que ele possa ter sempre que quiser.