Barriga de Aluguel (Namjin - Mpreg)

34 - a verdade que não é dita

Parte dois

As coisas podem perder o sentido rapidamente, é o que acontece repetidamente em sua vida, afinal, foi um jovem que sempre teve de tudo, nada lhe faltou, e algumas vezes, tudo ao seu redor perdia o sentido. Seus pais se esforçaram para dar a ele tudo o que não tiveram em sua infância e adolescência e agradecia muito ao seu pai, onde quer que estivesse, e a sua linda Omma que provavelmente, estaria enterrada de papéis que precisavam de aprovações.

Mas, havia uma coisa que seus pais não poderiam lhe dar quando era jovem, atenção. Percebendo isso, Namjoon resolveu deixar de lado e procurar pessoas que lhe dariam atenção, foi nesse momento que pessoas interesseiras começaram a surgir na sua vida. Era simples, ele ganhava a atenção que queria e as pessoas eram recompensadas com dinheiro ou vontades que eram sanadas.

Era assim, sempre havia sido assim. Mas, quando seu pai morreu e ele precisou tomar conta, ele conheceu Jungkook e mesmo que tentasse encontrar algo que denunciasse o interesse de Jungkook pelo dinheiro, o rapaz não era igual os outros, viu nele um amigo que queria para sua vida. Várias vezes seu pai elogiava o alfa, e Namjoon viu que não era exagero, o Jeon demonstrou a mesma lealdade, hoje tornando-se seu amigo.

— Senhor, gostaria de ser levado para a empresa ou para casa? — O motorista perguntou olhando pelo retrovisor, desejando internamente que a vontade do alfa fosse outra. — Ou... Gostaria que eu o levasse até a casa de Seokjin?

Sim, aquele simples questionamento acendeu algo no alfa, raiva. Assentiu. Precisava ver o ômega, sentir um pouco dos feromônios que conseguiam estabilizar o que sentia, sua vontade era de acabar com um certo alfa que teve a ousadia de tocar em seu ômega.

Depois de quase vinte minutos olhando para fora do veículo, vendo alguns lugares que havia levado o ômega, o carro finalmente chegou ao destino. Estava com borboletas loucas voando em seu estomago e seu lado lupino agitava-se ao pensar apenas no fato de que iria ver o ômega novamente. Parou. Seus passos travaram quando sentiu os feromônios que tanto amava, suas mãos suaram em ansiedade.

— Seokjin... — Sussurrou quase inaudível.

Ele retornou. Não poderia encontrar o ômega quando estava sentindo tanta raiva, não poderia fazer isso, sabia que o motivo daquilo ter acontecido é porque resolveu se afastar e não era Seokjin que merecia escutar sua frustração, nunca foi ele.

— Para onde, senhor? — O motorista perguntou tentando entender o motivo do alfa não entrar na casa e falar com o ômega.

— Me leve até a casa de Jackson, preciso ter uma conversa séria com ele — Suas palavras saíram suavemente, mas o aroma quase gritantemente ardente, fez o motorista ter um leve náusea.

Namjoon queria, não, desejava acabar com o alfa.

Talvez fosse loucura, mas levantou do pequeno sofá e seguiu para a porta, ao abrir, o aroma que tanto queria sentir o atingiu intensamente. Segurou na maçaneta com força, sentindo suas pernas ficarem fracas.

— É meus filhos, eu acho que a saudade estar brincando com a minha mente — Sorriu ao entrar novamente.

O ômega já não sabia mais o que fazer, na noite passada, ligou incansavelmente para o alfa, imaginando que ele fosse atender, mas nada teve como resposta. Mensagens foram enviadas diversas vezes, mas apenas visualizadas. Não conseguia imaginar o que passava na cabeça do alfa, tentava entender da melhor forma possível, porém se frustrava ao pensar como o relacionamento deles regrediu que aparentava ter voltado ao início.

Cerca de dois dias atrás, recebeu um beijo que não imaginou receber, pois desde o casamento Jackson não demonstrou interesse pelo ômega, bom, pelo menos Seokjin não havia percebido e isso o preocupava, Namjoon é impulsivo quando se trata do ômega e se perguntava se ele sabia sobre o beijo. Não, ele não poderia saber.