Barriga de Aluguel (Namjin - Mpreg)

33 - A verdade que não é dita

Parte Um

Na pequena caixinha sobre a mesa tocava Breaking Down de Aille, conforme passava a letra da melodia, mas um peso era adicionado sobre seus ombros. Há alguns segundos, os seus filhos estavam brigando dentro da sua barriga. Quando um deles errava um soco, a barriga de Seokjin ficava inchada e o incomodava. Mas ele estava feliz por saber que não estava sozinho naquele quarto.

— Seokjin? — Mina surgiu com duas caixas grandes em suas mãos. — Eu ainda nem acredito que sua mãe vai voltar para a Coreia. Honestamente, se passaram seis meses e eu ainda não acredito que estou solteira e você está aí, casado e com gêmeos na barriga — Ela revirou os olhos. — E pelo amor, para, é sério — Deixou as caixas sobre a cama e aproximou-se do amigo. — Sabemos porque ele está no Japão e você, mais do que qualquer pessoa, sabe como o Namjoon é impulsivo, agora que tudo está esclarecido, você deveria ser paciente e esperar ele voltar.

Alguns dias atrás, após tanto chorar ao ponto de passar mau, Hwasa resolveu falar a verdade. A conversa foi tranquila e longa, sem que nenhum dos dois tenha pensado na hora em ficar ansioso, no entanto, a reação do ômega ao descobrir que ela já tinha conhecimento de tudo o que estava acontecendo foi preocupante. Ele ficou confuso e, por um instante, pensou que seria expulso da casa, mas foi surpreendido com um abraço caloroso. Naquele dia, sua pressão ficou brincando em uma montanha-russa, mas depois de um bom descanso e alguns remédios, ele ficou calmo.

Nunca imaginou que Hwasa fosse ser compreensiva, claro que ele não sabia do show que ela fez com o filho quando teve a conversa com ele, mas Seokjin não precisa saber sobre isso. Quando ele se acalmou, a ômega pôde finalmente escutar a versão do rapaz e a vontade de arrancar a cabeça do filho se fez cada vez mais presente a cada palavra dita por Seokjin.

— Eu queria que ele voltasse e dissesse nos meus olhos que não me quer mais — Era isso que passava em sua cabeça toda vez que trocava uma mensagem com Hyuna e a mesma respondia sempre o mesmo: Ele está bem, se afogando no trabalho. — Se esse maldito contrato não existe mais, então, por que ele não volta?

Mina não soube o que dizer, suspirou no mesmo momento em que o amigo levantou e colocou um pequeno quadro que tinha a foto dos dois em um parque de diversões. A mão de Namjoon agarrava com uma certa força o estomago e cintura do ômega. Foi um dia muito divertido e o dia em que Seokjin comeu até não poder mais.

O dia foi um pedido de Taehyung, onde todos saíram juntos e aproveitaram a tarde. Jimin nunca perdia a oportunidade de perturbar Namjoon o afastando de Seokjin, e claro, mesmo com ameaças sendo seguidas de olhares nada amistosos, a tarde terminou bem e a foto, foi uma lembrança de Yoongi. Haviam várias polaroides do casal e essas pequenas fotos lembraram o ômega do tempo que não volta mais.

— Tem certeza que quer voltar para cá? — Mina perguntou novamente. Provavelmente, aquela já era a terceira vez que questionava o amigo e revirava os olhos ao receber um aceno positivo. — Você, Namjoon... Como conseguem servir esses papéis de estúpidos e não ganhar nenhum tostão com isso?

Não sabia. Taehyung também não gostou da ideia do irmão voltar a morar sozinho e distante de todos. Era uma escolha errada? Era. Mas, estamos falando de Kim Seokjin, uma rapaz bonito e amigável, mas que consegue ser teimoso quando quer.

Se importava pouco com o que os outros estavam dizendo, cansava-se de dizer e explicar as mesmas coisas para todos. Namjoon não estava mais naquela imensa casa, não tinha motivos para continuar no lugar onde os feromônios de Namjoon o faziam chorar de saudades, por isso, não pensou duas vezes antes de pedir para que Taehyung e Mina fizessem uma faxina na casa. Claro que, como Jimin estava no Japão, ele ligou e falou as mil e uma razões para que Seokjin não morasse sozinho, além de ter dado vários sinônimos para Namjoon nada agradáveis e que não devem passar em um programa das oito. Ele entendia a preocupação, mas ninguém conseguia entender seu lado. Chorar todas as noites pelo Kim não era saudável para ele e tão pouco, para seus filhos.