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Harry correu para seu quarto e se arrumou para poder ir ao vilarejo. Ele precisava espairecer já que não teve a oportunidade de enfrentar o bicho-papão na aula passada. O garoto tentava de todas as formas convencer a professora McGonagall a deixar ele ir para o vilarejo, mas falhava miseravelmente em todas as tentativas, então acabou desistindo e seguindo para dentro do castelo.

  Lupin o encontrou escorado na ponte com um rosto triste, e olhando para baixo. Ele se aproximou e juntou a ele para olhar a paisagem.

— Como está, Harry?

— Eu... eu vou bem, e o senhor?

Lupin riu da formalidade do garoto. Apenas o olhou com um sorriso no rosto.

  — Eu estou bem garoto.

  — Professor, posso te perguntar uma coisa?

  — Você quer saber por que eu o impedi de enfrentar o bicho-papão, não é?

Harry ficou em silêncio, esperando a fala do professor.

— Eu pensei que fosse óbvio, imaginei que ele poderia assumir a forma de Lord Voldemort.

— Eu pensei em Voldermot primeiro, mas ai eu me lembrei da noite no trem... e do dementador.

— Estou impressionado, isso sugere que o que mais lhe assusta é o próprio medo. Isto é muito sábio.

Harry deu uma pausa para reorganizar seus pensamentos antes de continuar.

— Antes de desmaiar, eu ouvi algo... uma mulher... gritando.

— Dementadores nos forçam a reviver nossas piores lembranças, Harry. Nossa dor se torna a força deles.

— Eu acho... que era minha mãe, na noite que foi assassinada.

Remus da um longo suspiro antes de continuar.

— Sabe Harry, desde a primeira vez que te vi já lhe reconheci. Não por causa da cicatriz, mas pelos seus olhos, iguais ao da sua mãe.— O garoto o olha confuso, o que faz Remus soltar uma risada fraca.— Sim, eu conheci a sua mãe.

Remus andou para o outro lado da ponte, observando a vista que aquela parte trazia.

— Sabe, sua mãe me ajudou quando ninguém mais quis me ajudar. Ela não era apenas uma bruxa com poderes extraordinários, mas também uma mulher muito adorável. Ela conseguia enxergar a beleza em todos, até mesmo quando a própria pessoa não enxergava isso.

Harry da um sorrisinho ao ouvir sobre sua mãe, mas nem deu tempo de pensar em uma resposta ja que Lupin retornou a falar.

— O seu pai, James, por outro lado... tinha um talento incrível para se meter em problemas, e segundo o que dizem, você herdou isso dele.— Lupin retorna a ficar do lado de Harry.— Você é mais parecido com eles do que pensa, Harry. Com o tempo saberá o porque.

E assim o professor deixa Harry ali, com um sorriso no rosto tomando o lugar da frustração que antes tomava conta dele. Harry então sentiu duas mãos tampando seus olhos.

— Adivinha quem é.— Harry ri do tom que sua tia fez, como se fosse cantado. Nem mesmo respondeu, apenas se virou para ela e a abraçou.

— Pensei que iria ficar sozinho aqui.

— Sozinho? Por que?

— Eu... eu não pude ir para o vilarejo.

— Os Dursley não assinaram a permissão?— Ele faz que não com a cabeça.— Me dê a permissão agora.

— O que você...

— Me dê, Harry.

Ele tirou o papel do bolso e entregou a ela. Na mesma hora, ela conjurou uma pena e assinou o papel.

— Prontinho.

— Tia, n-não preci...

— Shhh, eu não pude cuidar de você por anos, esse é o meu pedido de desculpas.

Harry abraçou forte a tia, que retribuiu o abraço fazendo cafuné em seus cabelos.

— Obrigada por estar em minha vida, tia.

— Eu que agradeço por você estar na minha, Harry, eu que agradeço.

=/=

Durante o por-do-sol, Rose estava perto da casa de Hagrid cuidando do bicuço, já que o professor estava em reunião com Dumbledore. Ela afagava o hipogrifo com carinho e cuidado, o que fez a ave deitar a cabeça no colo da mesma.

— Me diga bicuço, como é poder voar livremente? Sem o auxílio de uma vassoura ou de feitiços?

A ave apenas grunhiu pedindo mais carinho, o que fez Rose rir.

— E me diga, como foi dar uma lição no mimadinho?— A ave grunhiu de novo.— Eu queria estar no seu lugar na hora, aquele menino é tão arrogante quanto o pai.

  E novamente um cachorro preto a observava, mas dessa vez reparando em sua aparência. Assim como ele, ela estava acabada, por mais que tentasse esconder com risadas e sorrisos.

Que saudade que ele estava de vê-la sorrir para ele.

  — Sabia que eu também tinha alguém pra cuidar de mim que nem Hagrid cuida de você? Ele sempre me mimava que nem estou fazendo contigo. Ele... ele foi o homem que eu mais amei na vida, o homem que eu esperava ser aquele que eu levaria até o fim de meus dias.— Uma lágrima cai de seu rosto, mas ela logo a limpa.— Mas infelizmente ele não era quem eu pensava.

  O cachorro se encolheu ao ouvir isso, mas continuou quieto admirando a jovem professora.

  Ela acabou sentindo que alguém lhe observava, mas quando olhou em volta, não viu ninguém. Antes de retornar sua atenção ao hipogrifo, Hagrid chegava com o rosto inchado de tanto chorar.

  — O que aconteceu, Hagrid?

  — Eles... eles vão executar o bicuço.

   — Espera, o que? Vão executar o bicuço só porque aquele pirralho mexeu com ele?— Rose ficou completamente indignada. Ela odiava a família Malfoy e não suportava a peste que Lúcio colocou em terra.— Vão ter que passar por cima do meu cadáver para isso.

  — Rose... você já corre perigo com Sirius a solta, não se arrisque.

  — Hagrid, não podemos deixar isso acontecer!

  — Dumbledore prometeu tentar resolver isso.

Ela suspirou e começou a afagar o animal, que mesmo não falando a língua deles, já sabia o que iria acontecer.

— Quando eles virão?

— Daqui a alguns dias.— Hagrid coloca a mão no ombro da mais jovem.— Eu sinto muito, mas não temos como fazer nada.

— Tá tudo bem... eu já estou acostumada com o luto.

O cachorro seguiu ate a casa dos gritos, onde lá se destransformou, mostrando sua verdadeira forma. Sirius então se sentou no sofá destruído que havia lá e colocou sua cabeça entre as mãos.

— Eu vou provar a você, minha sereia, que sou inocente. Você não merece viver com todo esse sofrimento em seu coração.— Ele suspira e olha pela janela.— Eu amo você, Rose Potter, e só você.

E assim ele volta a ser um cachorro.

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Mais um cap! Como eu sou boazinha, postando mais cedo aqui pra vcs!

E antes de qualquer coisa: Eu sei que esse diálogo com o Lupin vem antes do Sirius tentar matar o perebas de noite, mas eu achei que esse diálogo sendo depois encaixou melhor na história ( Eu deixei um aviso logo na descrição da fanfic avisando que eu faria isso, ent não estranhem)

Serão 2 capítulos por dia.

Votem e bjs ♥️

|| My Siren ||-Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora