#20 - Uma noite

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Bom dia mores!

Sim, eu sei que é quinta! :D

Estou adiantando capítulo pois amanhã tenho compromissos na rua e devo chegar exaustaaa...

O capítulo de hoje tá grandinho e adorei escrevê-lo. Espero que vocês também gostem! <3

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Desde o fatídico almoço em família até o raiar do sol no dia seguinte, nenhuma palavra sobre aquele assunto havia sido pronunciada. Os Ogletree junto as duas mulheres Jauregui, embora tivessem o silencio verbal sobre si, permaneciam mudos com a mente atopetada de estresse.

Com tudo isso, a casa estava silenciosa.

A mesa de café da manhã não fora ocupada por ninguém além de Lauren. Todos se serviram e foram comer em seus próprios quartos. Em meio aos pães caseiros, bolos e frutas, a mente da menina retornava ao almoço anterior. Família unida que resolviam seus conflitos com conversa e diálogo. Riu sozinha, servindo mais um pouco sua xícara. Aquela imagem só era entregue para os olhares alheios da alta sociedade. No fim, quando o dejeto era disparado ao ventilador sujando os presentes, todos se recuavam e encaravam aquele momento sozinhos. Em seus próprios universos egoístas.

A bomba havia explodido.

Seu sangue ainda estava quente, a adrenalina em seu corpo não permitiu que os estilhaços fossem notados. Troy e ela não iriam mais se casar.

Os planos da família caíram por água abaixo.

Inocentes pagando o preço de um elitismo. Patrícia nem sequer havia sido a pessoa cujo as mãos preparam aquele café. Negou sozinha. O egoísmo de seu tio em tê-la demitido e com muito custo, muito custo, não ter feito o mesmo a sua sobrinha.

Perdeu seu olhar na mesa vazia. Bagunçada em más resoluções, sujeiras não visíveis aos olhos. O silêncio não era paz, ela concluiu ao tomar um gole de seu chá inglês. Assim como um aviso de tsunami, a calada era temerosa. A água havia ido para longe da praia e voltaria numa concentração maior levando tudo e todos que cruzassem seu caminho.

E Lauren estaria no caminho. Sem chance de fuga. Com os dois pés pregados ao chão.

— Senhorita? — a voz conhecida da empregada a acordou. — São dez horas.

Toque de recolher para o café da manhã. Lauren assentiu e tomou o último gole, esvaziando sua xícara. Pegou mais uma fatia do bolo de chocolate. Não era obra de Patrícia, mas não estava tão ruim assim. Agradeceu com um sorriso e subiu as escadas.

O corredor dos quartos estava tão silencioso quanto a sala de jantar. As portas grossas de madeira isolavam o som interno. O inferno acontecia por trás de cada maçaneta. O quarto dos seus tios, de Troy, da sua mãe... Parou em frente ao quarto do primo. Bateu duas vezes para anunciar a entrada e a fez.

Troy relaxou seus ombros em alívio ao perceber que a presença era de Lauren. Seus pais, principalmente Robert e sua tia Clara eram as últimas pessoas quem o homem tinha cabeça para ver naquela manhã.

— Como você está? — ela perguntou se aproximando da cama.

— Estou bem. — Resposta habitual para não compartilhar seus próprios martírios. — E você?

— Tão bem quanto você. — Para bom entendedor, a mesma resposta com sentimentos iguais bastava. — Desci para tomar café na mesa como uma pessoa normal e passei a última hora sozinha percebendo como isso tudo abalou as estruturas da casa. Temi que caísse um pedaço do teto no meu prato... ou na minha cabeça, o que seria bem melhor.

The Farm At SunriseOnde histórias criam vida. Descubra agora