The Farm At Sunrise

#31 - Mesa 27

Boa noite, capetada!!!

Nem demorei né?

Me amem! ❤

.
.
.

Com o celular apoiado nas orelhas, Lauren terminava sua maquiagem enquanto ouvia o aparelho entrar na caixa postal.

Era a quinta vez que ligava para Camila no dia, pois a mexicana havia dado um chá de sumiço após as dez da manhã.

É apenas o trabalho, Lauren pensou. Notícias ruins chegam rápido então nada de grave deveria ter acontecido.

— Eu não dormi bem essa noite. — Clara entrou no quarto da filha que afastou rapidamente o telefone da orelha. — Com quem estava falando?

— Com Normani. — mentiu. — O que você tem?

Seria melhor para ambas se a mulher mudasse o foco da conversa.

— Dor de cabeça. Dormi muito mal, muito mal mesmo. — abriu a gaveta de remédios da filha e pegou algumas aspirinas. — Sabia que você tinha. Vou tomar duas para ver se dá conta.

— Sua cara não está das melhores. — Lauren observou. — Está doente?

A mãe negou.

— Eu tomei algumas taças de licor ontem a noite e não jantei. Nada fora do comum, mas acordei meio confusa de onde estava durante a madrugada e minha cabeça doía. Andei pela casa e procurei pelo seu pai. — A filha estranhou. Clara sorriu. — Ele sabia como fazer uma massagem na minha nuca para diminuir a dor.

— A senhora tem certeza que não bebeu muito? Pode ter tido uma ressaca.

— Eu não sei, Lauren Michelle. — engoliu os comprimidos a seco. — Devo estar estressada com toda essa história da hipoteca, no entanto, já estou resolvendo. Entrei em contato com um dos nossos bancos para tentar conseguir um empréstimo.

— Não pode se livrar de uma dívida fazendo outra. Não temos mais garantias, o que pretende?

— Você disse que eu fiz a besteira então estou tentando resolver. — a mulher massageou a própria testa com uma feição dolorosa na face. — Então me deixe cuidar disso, certo? Ao menos consegui prolongar o pagamento por mais uns meses. Terei tempo, fique tranquila.

Lauren deu de ombros e voltou a atenção para o celular. Nenhuma notificação nova. Espirrou um perfume no pescoço e um borrifou um fixador de maquiagem no rosto. Sua mãe ainda estava parada atrás de si.

— Vai sair? — perguntou em tom curioso. Hoje a fera tinha acordado mais leve.

Lauren usava um short branco desfiado, uma blusa de alça com tecido leve e no pé um tênis All Star impecavelmente branco. O cabelo estava preso pro lado, num rabo de cavalo baixo. Tinha algumas pulseiras de brilhantes nas mãos e uma argola média de prata nas orelhas.

— Vou. — passou um gloss nos lábios. — Comida brasileira com Normani.

— Apenas com ela?

Lauren fechou o tubo de gloss e respirou fundo. Encarou a imagem da mãe através do reflexo do espelho.

— Pode perguntar se o Daniel vai junto, mamãe. Isso não me ofende de forma alguma.

— E ele vai?

— Vai. Daniel e Alexa irão com a gente. — deu um sorriso forçado. — Feliz?

Clara sorriu e deu alguns passos, deixando um beijo na testa da filha. Há meses Lauren não recebia uma demonstração de carinho como aquelas. Sentia falta, não podia negar. Mesmo com todas as complicações e estresses em casa, aquela mulher era sua mãe e tudo o que ela tinha.