The Farm At Sunrise

#30 - (In)felicidade

Acho que me superei essa semana!

Senti que precisava mimar vocês um pouquinho ❤ mas não se acostumem, foi um surto criativo que me fez ter vontade de escrever como louca.

.
.
.

Na mesa do restaurante italiano mais popular da cidade, Lauren mastigava sem apreciar de fato o sabor da comida. A mente estava carregada da situação que ocorreu na noite passada e todos os seus neurônios caminhavam juntos para a mesma direção: como sua mãe havia conseguido empurrá-las daquela forma naquele buraco?

Não podia e sequer tinha cara de pedir ajuda aos seus familiares. A questão não era apenas dinheiro e sim toda responsabilidade que sua mãe não teve.

Soltou o ar pesado de seus pulmões enquanto bebeu o restante do seu vinho, trazendo na memória a discussão da noite passada.

— Há quanto tempo, mãe? — Lauren gritou ao entender a gravidade da situação. 

Levou suas mãos na cabeça esperando a resposta da sua mãe. Andou de um lado para o outro, aflita, agoniada. Queria paz, tranquilidade. 

Vivia um momento bom e sete ruins.

Pegou o arranjo de mesa e tacou contra parede, desconcertando Clara.

— Há quanto tempo você hipotecou a casa? — voltou a gritar. — E por quanto tempo iria esconder isso de mim?

— Eu não sei, Lauren. — respondeu aflita. — Há uns três anos, talvez quatro. Eu precisava manter nossos empregados, nossos carros, pagar nossas dívidas. Fiz num momento de desespero, será que não percebe?

A morena gargalhou nervosa, trêmula. Segurou firmemente na raiz do seu próprio cabelo. Não sabia por quanto tempo aguentaria aquela situação.

— Como você usa o seu desespero para pôr na berlinda algo que nem é seu? Essa casa está no meu nome. — Lauren tentava entender. — Foi a primeira casa que o papai comprou, você deveria ter feito outra coisa.

— Que coisa, filha?

— Eu não sei! — gritou. — Qualquer coisa. Trabalhasse, ter tido uma renda. Eu não sei, mamãe. Qualquer coisa que não fosse colocar essa casa, a MINHA casa nas mãos do banco. E sem ao menos me consultar.

— Você era menor de idade. Fiz pensando no seu bem e-

— Não! Você fez pensando apenas em você, como tem feito a sua vida inteira. — apontou. — Você, você e você! Você é sempre o foco, a estrela principal. Não contente em ser da sua vida quer ser da minha também.

Lauren andou de um lado para o outro, ofegante com o coração a mil. Precisava se acalmar. De nada adiantaria gritar, só iria perder a razão.

— Você vai resolver isso. Não me interessa saber como. Eu estou cansada e não há dedo meu nisso. — se aproximou e olhou nos olhos da mãe. — Se eu perder essa casa, a casa que meu pai me deixou pode ter certeza que você vai morrer pra mim.

— Ei, Lauren? — Daniel acenou frente aos seus olhos. A mulher estava no mundo da lua. — Está se sentindo bem?

— Sim, estou. — mentiu. Deu uma garfada em seu macarrão e olhou para os demais na mesa. — Do que estavam falando?