#25 - Eclipse

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Olha quem está aqui...

Espero que queiram ler um capítulo fresquinho.

Más notícias: ainda estou sem PC.

Boas notícias: por dez reais comprei um adaptador de USB, então consigo usar teclado convencional no celular.

Então teremos capítulos mais frequentes. Obrigada por não desistirem de mim.

Vamos lá...

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— Sabe de uma coisa? — Camila empurrou o copo com cerveja. O álcool não lhe descia direito. — Eu não vou deixar a Lauren ir. 

Dinah arqueou a sobrancelha e tomou mais do seu copo. Só um gole de cerveja trincando para associar o absurdo que havia saído pela boca da amiga.

— Você…

— É isso, Dinah! — tirou o dinheiro de seu bolso e o estapeou contra o balcão. — Eu não vou deixar a Lauren ir. Isso tá mais que decidido.

Virou as costas e saiu, deixando a amiga em transe. A loira virou o último gole e correu atrás de Camila, conseguindo pará-la a tempo em frente ao bar.

— Tá ficando maluca, caralho? — Apertou seus ombros, obrigando a troca de olhares. — Vai fazer o quê sua inconsequente, lesa e imbecil? Invadir a casa grande, tirar sua princesa do quarto mais alto da torre mais alta? Isso não é filme, Camila. Acorda, porra!

— Se for preciso eu invado mesmo.— falou de coração cheio. — Seja pra levar ela pra bem longe daquela corja ou pra fazer ela dizer que não me quer mais, mas precisa ser mulher e dizer isso na minha cara, Dinah. E não mandar recado pela mamãe. 

— Eu nunca conheci alguém tão retardada das ideias assim. — Dinah bronqueou. — Você está se ouvindo? Consegue se escutar? Quer invadir a casa, arrumar problemas, fazer você e seu pai serem demitidos. Se escuta, Camila. Ela tem que ir. Você sabia disso desde o princípio e eu tentei te avisar no início. Agora precisa superar isso. Colocar um ponto final nessa história toda. Um ponto final.

— Eu não quero, Dinah. — respirou fundo. A voz embargada não escondia a lágrima. — Essa porra, esse sentimento maldito tá me matando. Eu não consigo dormir direito pois bastou uma noite para meu corpo se acostumar com o dela ao lado. Será que você não vê que não está sendo fácil para mim? Olha nos meus olhos e me enxerga, me veja. Quando foi que eu fiz isso por outra mulher? Quando eu estive tão empenhada em ter alguém? Eu a amo. Eu a amo muito e se ela não tem coragem… eu luto por nós duas. Tá decidido.

— Não quero segurar suas pernas, apenas te guiar para que você não pise em espinhos e se machuque. Elas irão embora amanhã, Mila. Acabou. Você precisa entender e aceitar isso, amiga. Não faça isso com seu coração. 

Camila assentiu. Pegou ar, observando o céu de estrelas acima de si. Enxugou as lágrimas que ainda rolavam em seu rosto e ergueu as mangas do casaco xadrez azul bebê. Ainda precisava vê-la, olhar em seus olhos pela última vez se assim fosse. Ou ouvir de sua boca um ponto final. Definitivo e doloroso ponto final.

— Para onde você vai? — Dinah perguntou ao ver a amiga caminhar rumo a estrada.

— Não se preocupe. Eu só preciso fazer isso pela última vez.

Os ombros da loira caíram enquanto observava a amiga partir em direção a fazenda. Seu papel já tinha feito. Mostrado os pontos, aconselhado. Não era mãe de Camila e nem queria ou poderia educá-la daquela forma. Seu coração já estava dominado.. Seja qual ponto final, precisariam resolver isso sozinha.

The Farm At SunriseOnde histórias criam vida. Descubra agora