The Farm At Sunrise

#23 - Deve ter sido amor

Bom dia bebês. Adivinha quem acordou as 4 da manhã pra terminar de escrever e vir postar pra vocês?

Eu.

Hoje é meu aniversário como cês sabem, mas quem ganham são vocês! Meus maiores presentes <3 (algumas são meu pedaço de estresse, mas isso é válido também).

Então, estarei postando pra curtir um dia tranquilo. Tô indo dormir mais um pouco indo refletir que com 23 anos faltam dois pra eu parar de contar idade. (Mentira, amo ficar mais velha!)

Espero que gostem do cap. <3

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— Eu sei que não posso pedir pra que fique, mas quero que vá sabendo que essa noite foi a melhor em muito tempo na minha vida. E eu não vou esquecer disso. Essas coisas a gente não esquece.

Lauren não esperou uma resposta. Com o peito partido, queimando em sangue por dentro não aguentaria ouvir a voz de Camila para uma despedida. Queria lembrar de sua imagem num momento onde tudo estivesse bem, fingir que o amanhecer não havia chegado lhe trazendo mais dor.

Só então ao fechar a porta, deixando para trás a noite que viveu, Lauren permitiu que sua primeira lágrima caísse.

O peso foi grande. O ardor no peito. A sensação de impotência mediante a tudo aquilo. Olhou pro chão em seus pés, desejando que o mesmo se abrisse e a engolisse. O dia mais marcante de sua vida também fazia parte de um dos mais infelizes até o momento. Não podia culpar Camila. Sabia que a situação era difícil para ela também, talvez até mais.

Para sua liberdade, Lauren só precisaria dar um passo. Apenas um passo. Quem sabe dar meia volta, correr, gritar. Implorar para que Camila pegasse as duas éguas e que a levasse para longe dali. Recomeçar algo novo, sem nada. Não queria nada, apenas ela. Mas era impossível. Toda sua criação baseada na rendição por amor a família a impossibilitaria de dar aquele passo. Mesmo um inferno, não havia como dar as costas para o único lar que teve nesses últimos anos.

Sua mãe.

— Olhe para mim, Lauren. — Clara segurou a pequena no colo e alisou sua franja com a palma das mãos. — Você é uma princesinha.

— Eu sou uma princesinha. — Repetiu.

— Quem mais te ama no mundo?

— O papai e a mamãe.

— Isso mesmo. — Beijou a ponta dos dedos da criança. — A mamãe e o papai.

Respirou fundo e secou a lágrima teimosa ao ouvir passos se aproximando do hall de entrada.

— Lauren, minha filha! — Julianne a abraçou com desespero. — Meu amor, por onde você esteve? Não nos mate de preocupação assim outra vez. Sua mãe está desolada. Está tudo bem? Você está ferida? Por favor, fala comigo.

Clara estava atrás da tia. Tinha os olhos avermelhados, um tanto inchados e sua aparência não era a das melhores. Troy, Robert e Betty também pareciam preocupados com tudo.

— Tia, eu... — tentou falar. — Apenas...

— É bom vê-la aqui, Lauren. Bem, inteira e sem nenhum arranhão. Seja lá onde estava, espero que não repita isso novamente. — Seu tio foi direto. Troy negou a fala autoritária do pai e se aproximou da prima.

— Você está bem, Laumi? — perguntou preocupado. — Não está mesmo machucada? — tocou sua mão.

— Não. — respondeu no automático. Com tudo o que tinha acontecido estava um tanto sem seu Norte. — Eu estou bem. Obrigada.