#45 - Fruto proibido

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A água morna do chuveiro caía em seu corpo, deixando boa parte evaporar causando uma leve névoa que embaçava o vidro do box. Camila esfregou o cabelo com a ponta dos dedos, formando uma espuma macia e cheirosa, sentindo a gostosa ardência de cereja limpar e cuidar de seus fios encorpados. Estava de olhos fechados, apreciando a própria companhia no momento feliz e pessoal que dava início ao longo dia que teria. Pentou com os dedos o cabelo, desfazendo os pequenos nós causado pelo costume de dormir com eles soltos. Em seguida, alcançou o condicionador de baunilha, depositando uma pequena quantia nas mãos enquanto passava do cumprimento para as pontas, sentindo os fios fecharem e recuperarem a hidratação.

Amor… — ouviu de longe.

Continuou passando a espuma do sabonete pelo troco do seu corpo, tornou a escutar a voz familiar chamar.

Amor, seu telefone. Tem mensagem.

— Veja pra mim, já estou terminando. — respondeu em voz alta, enxaguando o corpo do banho matinal.

Camila fechou o chuveiro, escutando a água cessar. Torceu o cumprimento do cabelo, retirando o excesso de água e o enrolou num coque alto. Pegou a toalha e secou a pele parcialmente, em seguida cobrindo sua nudez e voltando para o quarto onde sua namorada estava.

— Agora assim estou apresentável para começar o dia. — abriu a gaveta e pegou uma calcinha. — Que cara é essa?

Percebeu através do espelho que Keana tinha uma sobrancelha arqueada e olhava para um ponto específico e vazio no quarto. Camila tornou a perguntar, agora se aproximando e a namorada nada disso.

Quando se é uma mulher que namora outra, sabemos que o silêncio nunca é uma boa resposta.

— Parece que há uma mensagem para você.

Camila não pode questionar "que mensagem?" pois o celular foi entregue em sua mão num chat com Lauren onde havia uma foto dela com a legenda:

Camila não pode questionar "que mensagem?" pois o celular foi entregue em sua mão num chat com Lauren onde havia uma foto dela com a legenda:

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"Estou distante, mas ainda te sinto perto. Saudades, Camz."

A mulher fechou os olhos com força e respirou fundo. Lauren não tinha paz e nem queria que ela tivesse, concluiu. 

— Não acredito nisso. — foi tudo o que conseguiu dizer.

— Não sabia que você e Lauren ainda conversavam.

Seu tom de voz era magoado e quebrado. Camila não tirava sua razão. 

— Não conversamos. — se sentou do lado dela na cama, ainda de toalha. — Quer dizer, ela havia me bloqueado há meses desde que viu nosso beijo.

— Não quero namorar com alguém cuja a ex casada se sinta livre para mandar mensagens quando quiser.

Sabia que não era culpa de Camila, mas mesmo assim parte da sua confiança estava abalada.

The Farm At SunriseOnde histórias criam vida. Descubra agora