#35 - Beijos

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Boa noite, amores!

Estava ansiosa para esse capítulo.

Lembrem-se que: palavra em negrito = grito.

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Camila foi pega de surpresa.

A mexicana se deu conta do que estava acontecendo apenas ao sentir os lábios quentes de Keana se afastarem dos seus, dando lugar a um sorriso derretido por aquele contato breve, repentino e totalmente errado.

Com as mãos nos ombros da amiga, mantendo uma distância segura, olhou para o público não achando quem lhe interessava na multidão animada. Olhou para a porta e viu Lauren partir do restaurante com o olhar quebrado. Fechou seus olhos ouvindo os fregueses comemorarem o beijo que para ela foi uma tremenda surpresa, não pode reagir. Tinha o coração acelerado e tampouco conseguia respirar naquele momento sabendo que a mulher que amava havia presenciado tudo. Aquilo definitivamente não deveria ter acontecido.

Puxou a amiga para o corredor do banheiro. Olhou para os lados garantindo que estavam sozinhas. Não queria envergonhá-la em público.

— O que foi isso, Keana? — perguntou o óbvio. A mulher dos olhos cor de mel deu um sorriso e levou a mão no rosto de Camila. — Não, pare imediatamente. Quero que me diga exatamente no que estava pensando quando fez isso.

— Eu quero você, Camila.

Encostou o corpo na parede gelada e olhou para a mexicana que tinha as sobrancelhas erguidas. Ela nem sabia o que dizer.

— Desculpa, eu não resisti. — deu um passo à frente mais uma vez, prendendo o corpo de Camila contra a parede. — Precisei tomar alguns drinks a mais para ter coragem.

— Não. Não. Mil vezes não. — se afastou, interrompendo o contato. — Não sei o que estava pensando e tenho até medo de perguntar, mas isso foi errado de todas as formas possíveis.

Keana respirou fundo e encostou sua cabeça na parede. Agora sentia suas bochechas queimarem e não era por conta da bebida. A vergonha e o arrependimento já batiam na sua porta.

— Errado por qual motivo? Você está solteira.

— Sim, e você está alcoolizada. Ambas estão vulneráveis nesse momento. Eu pelo luto e você pelo álcool. — sua voz era alta e pontuada para que não sobrasse dúvidas. — Eu jamais tiraria vantagem de você nesse estado e não compreendo o que te deu liberdade para tirar de mim.

Keana se virou, soltando o ar de seus pulmões e encarando o rosto sério de Camila. Não tinha tomado a decisão mais sã do mundo. Agiu por instinto, no auge da sua loucura, paixão pura, desejo e amor. Não queria ter a reprovação da mexicana por um momento de impulsividade.

— Me desculpe por isso. — foi sincera, mesmo envergonhada. — Agora eu estou vendo o quão estúpida fui. Não queria que você ficasse chateada. Me deixei levar e… Enfim, me desculpe.

Camila cruzou os braços e se aproximou, ficando encostada à parede. Olhou para a luz do teto. Suspirou, se tranquilizando. Não queria ser rude com a amiga que havia oferecido tanto quando ela chegou a cidade, mas a outra parte de si também não conseguiu controlar o descontentamento. Pessoas precisavam de limites.

— Eu gosto de você, Camila. — ouviu a mulher dizer. A frase dita em alto e bom tom gelou a barriga de Camila, de medo. — Sempre gostei, desde o primeiro instante que a vi. Me desculpe por falar isso nesse estado, e não pense que é efeito da bebida. Sei o que estou dizendo. Também não quero que pense que estou aproveitando seu término para tentar me aproximar. Não é isso. Eu estou apaixonada por você muito antes de imaginar que você tinha alguém e sinto muito se você me odiar por isso.

The Farm At SunriseOnde histórias criam vida. Descubra agora